sexta-feira, 5 de abril de 2013

DIALETO CRISTÃO MODERNO.



   Uma verdade indiscutível na ciência linguística é a de que todas as línguas mudam com o passar do tempo. Elas evoluem e se adaptam aos usos inovadores da comunidade falante. Adeptos do português costumam perseguir e até ofender os adeptos do Dialeto Cristão Moderno, uma cena muito comum é a utilização de ambos idiomas em fóruns de debates religiosos. Apesar de ainda não ser um idioma oficial o Dialeto Cristão Moderno é amplamente utilizado no Brasil, para fins de analogia, irei traçar uma comparação ilustrativa da evolução linguística com a teoria da evolução das espécies de seres vivos.

Em 1859, Charles Darwin publicou seu clássico "Origem das Espécies", em que explica e fundamenta sua teoria sobre a seleção natural e sobre o processo de evolução dos seres vivos. Em um resumo, Darwin mostrou que na natureza, os seres mais bem adaptados têm melhores condições de sobrevivência, podendo, então, transmitir seus genes vencedores às gerações seguintes, perpetuando, dessa forma, sua espécie.
Para explicar o enorme comprimento do pescoço das girafas, por exemplo, um darwinista poderia propor a seguinte explicação: como esses animais se alimentam das folhas mais altas das copas das árvores, no momento em que duas girafas nascerem, uma com um pescoço de tamanho regular e outra com o pescoço um pouco mais comprido, a segunda, de pescoço mais comprido, poderá ter melhores chances de se alimentar, crescerá mais forte e, conseqüentemente, encontrará com mais facilidade uma parceira para o acasalamento do que aquela girafa com o pescoço mais curto. Desse modo, a transmissão de suas características genéticas para as futuras gerações está garantida. Assim, de gerações em gerações, as espécies vão se modificando, adaptando-se cada vez mais e melhor ao meio em que vivem. Essas transformações acontecem, porém, em um ritmo lento.

Assim como as espécies de seres vivos, a língua também, de certo modo, pode ser considerada uma entidade viva. E, sendo viva, ela também se modifica, sofre mudanças e adaptações. Também ela, como os seres vivos, tem passado por processos evolutivos desde os primórdios da comunicação humana. Essas mudanças das línguas são, antes de tudo, adaptações aos novos usos a que seus usuários as submetem.
Afinal, entre outras coisas, é para isso mesmo que ela serve: comunicação, exteriorização de idéias, de desejos, de pensamentos e de sentimentos. Se a língua não for capaz de cumprir seu papel, provavelmente ela sofrerá modificações: novas formas sintáticas serão criadas, ou antigas serão modificadas; haverá criações de neologismos e formação de palavras inéditas, empréstimos linguísticos de outras línguas, etc.
Dessa forma, o idioma estará se adaptando da melhor maneira possível à sua comunidade linguística e, principalmente, estará atendendo às exigências de seus falantes.

(Cleiton Profeta)