quarta-feira, 20 de junho de 2012

Escrito fechado que nesse caso está aberto e que se dirige ao Borges que imigrou de Garuva.


(Carta aberta ao Borges de Garuva)


Tenho afeição pela vocação nômade, cigana e errante, e a sua natureza mambembe me chama atenção, como me desperta interesse todo saltimbanco, seja ele um menestrel, um bobo, um bufão, um contador de histórias, canastrão ou não! Não estou aqui para julgar sua performance nos palcos, eu seria outro tolo se o fizesse. É claro que também não o considero néscio, te julgo o oposto do tolo: o brejeiro desavergonhado! O maroto! Mambembe mesmo (no sentido reles) é a propensão que tens em se amestrar com a situação quando tens seu quinhão nela e de se elevar contra a situação quando se encontra na oposição dela! Seu dom arlequim é uma nefasta metamorfose ambulante que parece atingir todos os homens que julgamos de bem, alguns até incorruptíveis, quando se embaraçam na política. Julgo então a sua performance nos palanques! Seja seu palanque um estrado literal ou de literatura, onde vens abusando da arte de embrulhar estômagos e mentes, confesso que desconheço o real motivo de tanto estorvo para com a clareza, talvez seja apenas soberba, ou uma necessidade inconsciente de se masturbar com palavras, como músicos pouco inspirados costumam fazer com arpejos, dissonâncias, e técnicas germinadas de pura falta de conceito, clareza e bom gosto, misturando olimpíada com arte, como se o mais veloz e o mais enredado fosse o melhor! Quando se extrai um filiforme do nariz, se faz com velocidade, sem prestar atenção e sem olhar para os lados, pois é preciso evitar a sensibilidade! É assim que vejo sua gestão: como alguém a frente do espelho arrancando um pelo do nariz com total falta de sensibilidade.

A tonalidade do que é sensível é indispensável para quem ousa ocupar cargos públicos, cuja função e promessa se tornam causa de um efeito previsto (já que outrora prometido) por todos. Mas o conjecturado acaba sempre sendo ilusão perdida.
Corroboro quando sustenta que outras gestões também falharam e que vocês claramente ainda bisonhos e inábeis em suas funções se atrapalharam como palhaços, porém como palanque não é palco, não vejo motivo para risos, foram mais de três anos de antolho, arrogância e privação do sentido de ouvir o que seus possíveis eleitores conhecidos também como “contribuintes” que pagam não só seus salários de comissionados, mas suas aventuras, devaneios e sonhos profissionais, já que suas trupes trabalham quase que exclusivamente com verba pública.
Agora como é de praxe em todas as situações em que já te vi esbravejar quando não eras situação, tenta correr atrás do tempo, se faz de amigo da democracia mas, apaga e oculta qualquer indício de discordância em sua página pessoal e tenta ludibriar os incautos com o fatídico argumento de que você não é um gestor público, que apenas está um gestor público; talvez também não seja um fanfarrão, apenas esteja um fanfarrão! Com sorrisos amarelos e resmungos de esguelha tens a disposição de tentar angariar votos, pois sabe que os cândidos eleitores têm memória curta, e basta dar um mimo, talvez um elogio para a peça de cicrano, ao show de fulano, um presentinho para beltrano, aperto de mão, foto com criança, coisas do tipo, que já se faz simpático novamente!
E os nove prédios interditados, a má utilização de toda a verba, o cooperativismo,
a arrogância e inaptidão administrativa se tornam coisas do passado.
Logrado é quem se deixa iludir pela sua oratória, nessa observo uma ampla “canastrice-político-literária” que esbanja cara de pau em textos tão claros quanto a água do Rio Cachoeira, e com odor similar... Como não sou tão atroz com o meu leitor, como você é com o seu, componho a dissidência deixando claro que textos não emitem odores o que é uma sorte para quem tem lido o que vens escrevendo.
Com apreço aos amigos que tenho que porventura se aventurarem a ler essa carta, quero deixar claro que esta não passa de um cover, uma maneira desesperada em falar a mesma língua de quem a ela destino, já que ideias simples, sem enfeites, sem ornatos, de fácil interpretação parecem ser inteligíveis para este que segundo ele mesmo, não é, mas está Presidente do Conselho Administrativo do Instituto Festival de Dança e membro do Conselho Municipal de Cultura, pela Gerência de Ensino e Artes da Fundação Cultural de Joinville, que talvez por estar circundado de baba ovos de plantão, os famosos aduladores do poder que o lisonjeiam como decrépitas cortesãs abrem seus sorrisos a qualquer ébrio entorpecido que entre no bordel esperando galardões ou migalhas, seja ele essa ilha para com a verdade que é a total desaprovação da classe artística para com a sua gerência. Excluindo logicamente os assessores, os parentes, amigos íntimos e agraciados de maneira geral. É plausível que você se isole da verdade, porém suspeito perenemente que haja pelo menos um amigo que lhe conte o quão ruim está a gestão da sua trupe na Fundação Cultural, e nutro receio eterno de que seja pura patifaria suas ações! Assim como ocultar um cadáver é uma atitude suspeita, ocultar a verdade (como já fizeste comigo) é perpetuar a mentira. E nem ouse negar, temos printse testemunhas!!! Apesar do tom sério, esse é um texto de humor, sei que não arrancará risos pois, todo riso é vilão e a piada não tem graça quando é conosco. A bailarina gorda pode ser motivo de chacota, mas a piada é um dichote para a obesa que queria dançar. Uma Fundação Cultural trapalhona seria hilária nos cinemas, mas não na minha cidade. Definitivamente a piada não tem graça...

(Cleiton Profeta - 20/06/2012)

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