quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Proibir biografias é 'camuflar a história', diz Alceu Valença

O cantor e compositor Alceu Valença afirmou hoje que proibir a publicação de biografias se assemelha “a uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço”. O cantor se colocou também contra a ideia de que os biografados devem receber uma porcentagem da venda dos livros. “Isso me parece imoral. Falem mal, mas me paguem... é essa a premissa? Nem tudo pode se resumir ao vil metal.”
As declarações foram feitas em um texto distribuído pelo cantor à imprensa. Para ele, uma questão ética está no centro da discussão. "O assunto até parece démodé, mas deveria estar intrinsecamente no centro de diversas situações que vivemos hoje em dia. Inclusive, neste caso. Óbvio que o conceito é subjetivo e, até, utópico. No entanto, sem a sua prática, o desequilíbrio é evidente. Fala-se muito em biografias oportunistas, difamatórias, mas acredito que a grande maioria dos nossos autores estão bem distantes desse tipo de comportamento. Arrisco em dizer que cerceá-los seria uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço. Imaginem a necessidade de uma nova Comissão da Verdade daqui a uns 20 anos..."
Nos últimos dias, o surgimento de um grupo chamado Procure Saber, pilotado pela empresária Paula Lavigne e formado por músicos como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, trouxe o assunto de volta à pauta. Eles lutam contra a modificação no Código Civil, ou seja, defendem que continue sob vigilância qualquer tentativa de se biografar alguma personalidade sem prévia autorização. Para Valença, os biografados sempre terão direito a entrar na justiça se, de alguma forma, se sentirem prejudicados – e que esta opção é melhor do que a proibição prévia.
“Entramos em outro conceito, igualmente amplo, delicado e precioso: liberdade de expressão. Aliás, tão grandioso que deveria estar na frente de qualquer questão. O que é pior: a mordaça genérica ou a suposta difamação? Eficiência e celeridade processual são princípios que devemos reivindicar para garantia dos nossos direitos. Evitar a prática de livros ofensivos e meramente oportunistas através do Poder Judiciário é uma saída muito mais eficaz e coerente com os fundamentos democráticos”, escreveu.

O Estado de S. Paulo (09/10/2013)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ué? Não era proibido proibir?

Caetano VelosoChico BuarqueGilberto Gil e Djavan, se uniram ao monarca Roberto Carlos no coro contra as biografias não autorizadas no país. Tendo como porta voz a produtora Paula Lavigne - aquela que ligou para o ministro da cultura pedindo para que o projeto do Caetano pela Rouanet fosse aprovado - criaram a "Procure Saber", associação autoproclamada de defesa dos interesses da classe. Chega a ser risível a ironia na escolha do nome. A "Procure Saber" luta, exclusivamente, para impor restrições ao trabalho daqueles que desejam aumentar o conhecimento a respeito de personagens públicos relevantes (ou não).
Imagino que pra quem acredita na historinha da luta pela democracia da MPB milionária socialista, seja de enfiar o dedo no cu e ficar cheirando por 15 dias sem parar, ver que artistas censurados e críticos desse “modus operandi” típico das ditaduras pretendam, em plena democracia, tornar-se censores.
É lógico que uma biografia sempre irá trazer a tona alguns detalhes não muito agradáveis ao biografado. Se somente forem publicados livros autorizados, essa sessão pode ir para a prateleira dos contos de fadas.
E o argumento da proteção da honra e da privacidade tem como solução democrática o fato de que as partes atingidas por informações inverídicas recorram ao Judiciário para exigir indenização. A liberdade de expressão e do direito de acesso a informações, não pode ser cerrada por conta disso!

É fato que a trajetória de gente como Chico Buarque não é a que aprendemos "na escola". Uma coisa é a trajetória artística, discutível, relativa, supervalorizada ou não, mas com (alguns) grandes méritos. Outra, totalmente diferente, é uma mitificada luta pela democracia que nunca existiu!

Esses artistas na década de 60 não estavam lutando por democracia pocilga alguma, sempre foram esquerdistas e lutavam sim por um regime ditatorial comunista. A censura, que nos contos de fadas eles combatem, sempre fez parte da sua visão de mundo. Não mudaram bulhufas nesse aspecto.

Chega de censura!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

VARIEDADE
(latim varietas, -atis) 
s. f.
1. Qualidade do que é vário.
2. Estado de um corpo composto de partes variadas.
3. Multiplicidade.

4. Inconstância.
5. Diversidade.

6. Rock in Rio.


Normalmente leio coisas como: "A Globo cria aberrações musicais". Se referindo ao surgimento cada vez mais constante de Naldos e duplas mequetrefes que infestam a cultura de massa. Não que a expressão esteja totalmente errada, sendo que a Som Livre que é subsidiária da empresa plim plim no ápice da era das gravadoras deve ter injetado muito jabá em seus artistas e o primeiro que me vem a mente é a Xuxa. Sendo esse ápice fonográfico a segunda metade dos anos 80 e primeira dos anos 90, deveríamos pela lógica crucificar a Globo pelo sucesso - ou manutenção dele - de artistas como Tim Maia, Rita Lee, Lulu Santos, Cazuza (que pra quem não sabe é filho do João Araújo, fundador da citada gravadora), Luiz Melodia, Oswaldo Montenegro, Elis Regina, Djavan e Novos Baianos? Hoje o casting de artistas da Som Livre se restringe quase que totalmente ao mercado cristão/ evangélico. Mas eu quero chegar é na verdade que é muito mais simples, mas tão mal compreendida: A Globo apenas vende publicidade, seja em forma de comercial, seja na forma de falso jornalismo ou em espaço em programas de auditório. Então da mesma forma que o próximo hit infernal do verão que vai tocar insistentemente nos carros rebaixados dirigidos por carinhas de boné para trás aparece "do nada", Marias Ritas e Anas Carolinas seguem a mesma trilha sistemática. Não é uma teoria, não é segredo... apenas é assim que funciona. Fica sem graça quando se entende né? A visão romântica de uma carreira de sorte se desfaz... 

Para quem AINDA não sabe o que é "jabá" uma breve explicação: no inicio dos anos 40, executivos de gravadoras, como Leonard Chess (que você pode ver no maravilhoso filme Cadillac Records), começaram a oferecer suborno para convencerem radialistas a tocarem músicas de negros nas rádios. Ao serem tocadas nas rádios as músicas viravam sucessos imediatamente. Isso edificou todo o esquema do mercado fonográfico, esquema que logo migrou para toda a imprensa, programas de auditório, trilhas de novelas e tudo mais o que você puder imaginar. Portanto, caros amigos, sinto em dizer que quando sua banda favorita ganha um prêmio por ser a mais tocada ou coisa parecida, esse prêmio nada mais é que fruto de um bom jabá. Não é segredo, não é teoria, nunca foi feito de forma obscura, apenas - como a maioria das coisas do mundo - passa despercebida pela maioria das pessoas e, logicamente, essas pessoas que não percebem são as que mais consomem os produtos ditados pelo tal jabá.

E já que citei o Cazuza, vale lembrar que ele antes de gravar teve uma profissão que hoje é extinta (pelo menos no formato), ele assim como o Raul Seixas, o Roberto Menescal e vários outros, era o "produtor artístico". Essa função consistia em escolher não só quem gravaria o quê, mas também quem seria contratado pela gravadora, então aquela cena clássica do cara da gravadora escutando zilhares de K7's para lançar uma banda era algo bem habitual até o inicio dos anos 90, quando esses produtores foram sendo substituídos por burocratas, caras que viam que o contrato era mais importante que o artista e que o produto final (o disco). Poderia me estender, mas como sei que texto longo ninguém lê, foi pinçando o tema de forma homeopática, literalmente, pois não acredito que um dia o senso comum compreenderá o que lhes cerca...

Quando alguém se cura de AIDS, consegue ressuscitar algum ente querido, sobrevive a um ataque de tiranossauros famintos ou retorna ileso de uma abdução, eu até vejo lógica em agradecer a Deus após ter pedido ajuda divina e ter sido agraciado com tal. Mas enquanto tomava meu estupendo café da manhã, na televisão uma menina insatisfeita com seu nariz, declarava 3 antes dias da operação plástica que: "se Deus quiser, vai dar tudo certo e ele vai ficar lindo". Porra! Deus te fez nariguda garota! É obvio que ele não quer! Se eu fosse o cirurgião, faria o nariz dela 3 vezes maior e diria que como castigo pela ingraditão, foi Deus quem mandou aumentar...

(*)

O Edir Macedo pode até ser mais rico e mais famoso, mas o RR Soares é imbatível no dom de ludibriar pobres coitados! Se eu fosse um pobre coitado, correria sério risco de pedir um daqueles boletos de patrocinador dele! Não sei se é por lembrar o meu ídolo Silvio Santos, ou se é por causa daquela musiquinha... Se eu ligo a TV na hora do programa dele, sou audiência garantida!!

(*)

Sabe como faz para colocar a opinião das classes C, D, E, F... e Z do Brasil a favor da legalização do aborto? Simples: crie uma bolsa família oposta! Todo pobre ganha, a cada filho o valor diminui, chegando no terceiro perde completamente o beneficio. Pronto.

(*)

No dia dos namorados Deus pergunta para a Deusa:

"Você ainda me ama?" 

A Deusa responde prontamente:

"Para toda a eternidade!"

E pensa infeliz em seu leito divido:

"Que escolha eu tenho? Ou é isso, ou o fogo eterno..."

sexta-feira, 5 de abril de 2013

DIALETO CRISTÃO MODERNO.



   Uma verdade indiscutível na ciência linguística é a de que todas as línguas mudam com o passar do tempo. Elas evoluem e se adaptam aos usos inovadores da comunidade falante. Adeptos do português costumam perseguir e até ofender os adeptos do Dialeto Cristão Moderno, uma cena muito comum é a utilização de ambos idiomas em fóruns de debates religiosos. Apesar de ainda não ser um idioma oficial o Dialeto Cristão Moderno é amplamente utilizado no Brasil, para fins de analogia, irei traçar uma comparação ilustrativa da evolução linguística com a teoria da evolução das espécies de seres vivos.

Em 1859, Charles Darwin publicou seu clássico "Origem das Espécies", em que explica e fundamenta sua teoria sobre a seleção natural e sobre o processo de evolução dos seres vivos. Em um resumo, Darwin mostrou que na natureza, os seres mais bem adaptados têm melhores condições de sobrevivência, podendo, então, transmitir seus genes vencedores às gerações seguintes, perpetuando, dessa forma, sua espécie.
Para explicar o enorme comprimento do pescoço das girafas, por exemplo, um darwinista poderia propor a seguinte explicação: como esses animais se alimentam das folhas mais altas das copas das árvores, no momento em que duas girafas nascerem, uma com um pescoço de tamanho regular e outra com o pescoço um pouco mais comprido, a segunda, de pescoço mais comprido, poderá ter melhores chances de se alimentar, crescerá mais forte e, conseqüentemente, encontrará com mais facilidade uma parceira para o acasalamento do que aquela girafa com o pescoço mais curto. Desse modo, a transmissão de suas características genéticas para as futuras gerações está garantida. Assim, de gerações em gerações, as espécies vão se modificando, adaptando-se cada vez mais e melhor ao meio em que vivem. Essas transformações acontecem, porém, em um ritmo lento.

Assim como as espécies de seres vivos, a língua também, de certo modo, pode ser considerada uma entidade viva. E, sendo viva, ela também se modifica, sofre mudanças e adaptações. Também ela, como os seres vivos, tem passado por processos evolutivos desde os primórdios da comunicação humana. Essas mudanças das línguas são, antes de tudo, adaptações aos novos usos a que seus usuários as submetem.
Afinal, entre outras coisas, é para isso mesmo que ela serve: comunicação, exteriorização de idéias, de desejos, de pensamentos e de sentimentos. Se a língua não for capaz de cumprir seu papel, provavelmente ela sofrerá modificações: novas formas sintáticas serão criadas, ou antigas serão modificadas; haverá criações de neologismos e formação de palavras inéditas, empréstimos linguísticos de outras línguas, etc.
Dessa forma, o idioma estará se adaptando da melhor maneira possível à sua comunidade linguística e, principalmente, estará atendendo às exigências de seus falantes.

(Cleiton Profeta)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O que realmente tem valor? Joshua Bell, um famoso violinista que certa vez parou no metrô de Washington e tocou por quase uma hora vários clássicos para os transeuntes. Praticamente ninguém parou para ouvir ele que arrecadou pouco mais que U$ 30. Nada anormal não fosse o fato dele ser um prodígio e estar tocando com um Stradivarius de 1713, avaliado em US$ 3,5 milhões o mesmo repertório que havia tocado 3 dias antes no Boston Symphony Hall lotado com ingressos mais baratos custando U$ 100,00...


Será que os quadros de Van Gogh e os poemas de Fernando Pessoa não expressavam seu valor artístico quando eles ainda eram vivos? Por qual motivo ninguém os deu valor? 


Marcel Duchamp colocou uma roda de bicicleta sobre um banco e usou uma privada e provou que arte pode ser qualquer coisa. 


O que vale mais? A capa ou o disco? Uma menina me falou que não iria a um show do Guns n' Roses afirmando que o Axl Rose "não canta mais", mostrei um carinha no Youtube que canta se não igual, muito parecido e perguntei: se colocar ele no lugar? Obviamente ela se recusou ainda mais. Insisti: Então não é realmente o áudio que é o problema e ela chegou então ao ponto: "é que não tem o Slash"... A resposta esperada... Perguntei novamente: Mas e se o Slash estiver bêbado e errar tudo, mesmo assim você vai? "Ah claro, com essa formação não perderia por nada..." definitivamente não é o áudio que importa. 


Porquê o disco do Huberto Gessinger vende menos quando não vem escrito "Engenheiros do Hawaii" na capa? O mesmo vale para os discos do Mick Hucknall quando não vem escrito Simply Red.


A Monalisa é a obra mais copiada e reproduzida de todos os tempos, é também o quadro mais caro, mesmo tendo zilhões iguais! 


Piero Manzoni ficou famoso por apresentar seu cocô e intitular como: "A Obra do Artista" ironizando o valor da arte. Nos anos 60 ele entalou seu excremento, enumerou e assinou em 90 latas, hoje uma dessas vale 120 mil euros! E o pior: há quem afirme que não há merda alguma (com perdão do trocadilho) na lata! Somente massa de gesso. Porém ninguém ainda ousou abrir, pois se aberta a lata perde seu valor... ou seja, você compra uma lata de merda por 120 mil euros, sem ao menos ter a certeza de que ela realmente contém merda dentro e se tentar descobrir tendo merda ou não ela perde o valor!