segunda-feira, 31 de outubro de 2011

13 - Eu to Ficando Velho, Barbudo e Feio



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

EU TO FICANDO VELHO BARBUDO E FEIO
(Cleiton Profeta)

Todo dia de manhã vou ao banheiro
levo um susto com a minha cara no espelho

Eu to ficando velho, barbudo e feio
Eu to ficando velho, barbudo e feio
Eu to ficando velho, barbudo e feio eu to...

Não sei de onde eu vim, não sei pra onde eu vou
se tudo tem um fim o meu já começou

Eu to ficando velho, barbudo e feio
Eu to ficando velho, barbudo e feio
Eu to ficando velho, barbudo e feio eu to...


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira


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terça-feira, 25 de outubro de 2011

12 - Eurídice/ O Blues da Bailarina



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

EURÍDICE
(Fábio Cabelo)

instrumental

ELA QUER SER BAILARINA (TEXTO)
(Cleiton Profeta)

Nela nada é profundo,
seus sonhos embalam
o lado raso do mundo;
A sua insegurança
e os seus medos
ela mede na balança;
Ela quer ser bailarina
quem sabe atuar na novela,
pular a janela e ser atriz
rica, famosa e feliz;
mas por desencanto,
por enquanto ela dança
em um clube qualquer...
Até hoje nem um telefonema
de algum diretor de cinema,
e o esperado musical
se transforma em drama,
ela jura que não faz programa
de televisão por que não quer.
Dançarina não é bailarina,
mas ela é profissional!
E pelo bem ou pelo mal,
o seu sonho é como piscina
pra criança,
a confiança é seu par lento
em seu cabelo o vento
lhe mostra que direção tomar...

Voz: Paulinho Dias

BLUE DA BAILARINA
(Oswaldo Montenegro)

Ela dançava um blue
na praça domingo devagar
como se a vida ficasse esperando
o acorde do blue pra passar

São males que quase nos unem
mas há quem nasceu pra dançar
enfrentando o medo que nunca é cedo
e a vida não pode esperar

Voz e Violão: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira


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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

11 - Cabras Pastando



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

CABRAS PASTANDO
(Sérgio Sampaio)

Eu tenho um dom de causar conseqüências
Um ar de criar evidências
Um sapato novo no lixo
Vem cá, vem me lembrar
Que eu venho de um bando de cabras pastando
De um ninho de cobras me olhando
De herói, de poeta e bandido
Eu vejo um simples carneiro no pasto
Cachorros latindo pra lua
E eu distraído e sem medo
Indo pela rua
Em tempo de ver os cordeiros que pastam
Que amam fechados nos quartos
E pagam pecados a Deus


Voz e violão: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Baixo: Fábio Cabelo


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10 - O Diário do hippie/ Um Bilhete pra Didi



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

O DIÁRIO DO HIPPIE/
(Cleiton Profeta)
*texto de Oswaldo Montenegro

"O meu nome é João da Serra
e ói que vim lá do nordeste
vim correndo pra essas terras
vim fugido do agreste
vim de coração aberto
com esperança no sudeste
quando fui chegando perto:
"sai daqui cabra da peste"

Eu não entendo como pode tanto estado
nesse estado estupefato da federação
De trampo em trampo eu subi caatinga na cantiga
com um pé na frente e no bolso a mão

A outra mão eu abanei pro moço
que eu ouvia na televisão
era "Velos..." a favor do vendo
com o lenço e o documento
e cinco dedos em cada mão

Micróbio brabo é sangue ruim na veia
comi galinha em dia de natal
segunda-feira decretava feriado
lado a lado, bajulado
meu amigo é o carnaval

Deu sete dias eu cheguei em casa
assoviei contente ela sorriu
curei ressaca com um café bem quente
fui tocando em frente
fé na tábua por esse Brasil...


"Perdi minha cabeça ainda moço
fui parar assim de repente
no sertão de Mato Grosso
transformado em "capitá"
cheguei lá me deu um troço
tive vontade de voltar
mas aguentei e roí o osso
e até hoje eu não entendo
porque bom cabrito berra
e eu não consegui berrar"

Na catequese quando eu mostrei os dentes
pra lembrar como se reza
o padre disse: "eu era o cão"
mordi o osso, abanei o rabo
balancei pro Rex I'm not no cachorro não

I'm not no cachorro não
I'm not no cachorro não
I'm not no cachorro não
I'm not no cachorro não


Mil badulaques eu vendi na feira
driblei Conurb, camelô e fiscal
Marijuana, macramé, pulseira peruana
Porcelana, bibelô, conhaque, frio, to mal

Maluco doido, é beleza pura
torresmo frito, macarrão com atum
parti em dois, agora to sozinho
ela ficou no ninho
na volta vou fabricar mais um

"Eu senti tristeza rara e fui bater no Paraná
pois ninguém me olhou na cara e eu fugi também de lá
fui pro Rio de Janeiro pra tomar banho de mar,
acenei pra um companheiro e ele quis foi me assaltar
eu aí franzi o centro: é melhor tomar cuidado,
se eu lhe der tudo o que tenho vais ficar endividado...
Ele disse: "vai te embora paraíba desgraçado,
não suporto e boto fora, nordestino, preto e viado"
Fui me embora pro serrado pra falar com o presidente
ele tava ocupado, eu gritei que era urgente
ele disse: "seu menino, o meu cargo é coisa quente
eu também sou nordestino, mas não há chance pra gente"
Pois voltei pra cá de novo, pois preciso trabalhar
num prédio maravilhoso que dá gosto só de olhar
com amor e sacrifício ponho o tijolo no lugar
construindo um edifício onde eu nunca vou morar"


Voz e violão: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Locução: Oswaldo Montenegro

UM BILHETE PRA DIDI
(Jorginho Gomes)

instrumental

Violão 12: Cleiton Profeta
Violão: Fábio Cabelo
Baixo: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Percussão: Vagner Magalhães e Muriel Szym


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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

09 - Hippie Industrial



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

AO TEMPO (TEXTO)
(Cleiton Profeta)

Num caminho já traçado, todos seguem
no contínuo compasso binário do relógio
A cada passo, a cada segundo não estamos mais
cada um com a sua procura
Em cada esquina refletida na memória
traços já vividos moldados pelo tempo
A grande estrela que tudo transforma:
silêncio em música
ausência em saudade
estrada em destino
e tudo passa, tudo passa, e passa, e passa
passa...

Voz: Cleiton Profeta

HIPPIE INDUSTRIAL
(Cleiton Profeta)

E o tempo passou, passou, passou...
E eu fiquei vidrado na janela olhando p'rela
Sem querer saber que ela era minha novela

Hippie Industrial olha a televisâo
Hippie Industrial não pisa com o pé no chão

Eu tento perceber porque o tempo
nos remove desse instante do presente
que acontece sem descanso e apressado
a girar com a cabeça sem pescoço
e todo velho já foi moço
ainda que não vá lembrar


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

08 - Sobre o Tempo



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

SOBRE O TEMPO
(Cleiton Profeta/ Paulinho Dias)

Essa história é mais velha que o tempo
Eu me lembro, eu achava tudo igual
Se agora eu nem sei qual é a hora
Muito menos desconfio se é normal

Tudo isso já passou e o meu peito
Guarda apenas o esboço de um cantor
Se agora eu nem sei qual é a hora
Pelo menos reconheço seu valor

Ah! Sujeito estranho é o tempo
Que às vezes ameaça até parar
Outra hora acelera e vai embora
Mas nunca, nunca quer voltar

É claro que valeram a pena
As aventuras pela estrada
Sorrisos pela manhã
Estrelas de madrugada
É claro que valeram as pessoas,
os lugares, e suas histórias.

Se não queres vir comigo
Permita que vá seu beijo
Se não queres vir comigo morena
Permita que vá seu beijo.


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

07 - Ao Tempo


CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

AO TEMPO
(Cleiton Profeta)

Solto ao tempo
Driblando o vento do destino
Com os olhos
Assombrados de um menino
E qual era a cor
Quando a noite escondia
No baú da dor
A mais linda poesia
E como eram mesmo aqueles tempos?
E como eram mesmo aqueles tempos?


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

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sábado, 27 de agosto de 2011

06 - Tempo Presente/ Billie Jean



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

TEMPO PRESENTE
(Cleiton Profeta)

O agora é um ínfimo instante
capturado no "click" da fotografia
E o tempo num pulsar contante
se despede da noite e do dia
E sempre dói lembrar do passado
e ver que não há, mas havia
A lembrança é um sonho guardado
gostosa e triste como a noite fria

Será que todo tempo é presente ?
Será que todo riso é vilão ?

Não! O passado se desbota em vão
e a lembrança guarda o tempo em mim
como um roubo sem ladrão.

Não! O presente se despede assim
e o relógio escorre pelas mãos
como um eco sem ter fim.

*"Eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
deixemos de coisas e cuidemos da vida
se não chega a morte ou coisa parecida
e nos arrasta moço sem ter visto a vida
ou coisa parecida, ou coisa parecida..."

*Música Incidental: "Na Hora do Almoço"
(Belchior)

BILLIE JEAN
(Michael Jackson)

Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

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domingo, 21 de agosto de 2011

05 - Paço do Rosário



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

PAÇO DO ROSÁRIO
(Oswaldo Montenegro)

O farol atrai visitantes, orienta navios
na ilha bucólica algo assusta,
ninguém sabe o porquê,
mas quem foi lá sabe sim...
Na cidade longe do mar de Paço do Rosário
a velha rameira acende sua vela pra Virgem Maria
diária vela noturna sempre na janelinha,
há vinte anos faz isso
não há vento que apague aquela luzinha
ninguém sabe porquê,
mas quem foi lá sabe sim...

Eh! Beira de rio, Paço do Rosário se avista ao longe
As ruas tortas vão se desenhando pelo arraial

Eh! Beira de rio, Paço do Rosário limitando o agreste
Sua janela, sua velha doca de barrica e pau

Eh! Água barrenta rolando sem pressa consumindo a terra
O pôr-do-sol avermelhando Paço do Rosário

Eh! Na velha igreja já são 6 da tarde o povo reza o terço
Ave Maria, Mãe do Céu - cruz credo! Quem me mata é Deus...

Eh! Murmúrio lento, como prece aflita, vai descendo o rio
Acompanhando o dia que se vai buscando o anoitecer

E anoitecendo, Paço do Rosário quase silencia
A velha estátua caída na praça, mais um dia

Eh! Velha rameira deixa a vela acesa por Virgem Maria
Ave Maria, Mãe do Céu - cruz credo! Quem me mata é Deus...

*Num descampado vazio
De obscuro intinerário
Pousada a beira do rio
Dorme Paço do Rosário
Vive de sonho e promessa
De um mercado portuário
Do lava roupa e conversa
Da lavoura e pecuária
O povo inteiro se apega
Aos pés do Santo Sacrário
Se amarra ao terço e se perde
Nos mistérios do rosário
No dia-a-dia da lida
Cada qual mais solitário
Feito conversa comprida
Da gaiola com o canário...*

*texto de Raimundo Costa


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym
Locução: Paulinho Dias

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sábado, 13 de agosto de 2011

04 - Festim e Silêncio/ Fogo de Chão



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

FESTIM E SILÊNCIO
(Cleiton Profeta)

instrumental

FOGO DE CHÃO
(Paulinho Dias/ Pingo)

Sopra vento e a fumaça
E as chamas do fogo de chão
Sopra sujeira da mente
E purifica o meu coração

Não vêm trazendo da montanha
Nem o claro nem escuridão
Mas sim vêm pelo caminho certo
Onde o cego ganha visão

Não se sente em sua casa
Esperando o tempo passar
Pois o vento já está aí dentro
Só esperando você procurar

Em tempos, em livros, nos lixos, nos mitos
Os tolos tentaram o vento guardar
Pra jogar na cara das outras pessoas
Que de muito cegas se dizem enxergar

Eles acham formatos, eles inventam cores
E dizem que ele ainda está pra chegar
Mas não é um vento é um furacão,
E que no coração não consegue entrar

Pois está fechado pensado em dinheiro
E nas tantas coisas que eu mesmo inventei
Preocupado comigo e com a minha importância
O principal amor foi que eu não cultivei

Mas o vento gelado sopra em minhas costas
Batendo nas portas em busca de paz
O vento vai assoprando ascendendo meu fogo
Me chamam de louco mas eu vou atrás

Como um farol aceso nas noites escuras
Todos os barcos a se orientar
Tentaram acabar com o fogo na cruz
Mas ele sopra forte e se chama

Luz, terra, fogo, água e ar
E as respostas de suas perguntas
Olhe a natureza e irá encontrar
Terra, fogo, água e ar...


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Violão: Fábio Cabelo
Baixo: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym


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sábado, 6 de agosto de 2011

03 - Stonehenge/ Veja Você Mesmo



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

STONEHENGE
(Cleiton Profeta)

instrumental

VEJA VOCÊ MESMO
(Fábio Cabelo)

Veja você mesmo
que tudo se transforma
e ao mesmo tempo
isso só vale
pra quem consegue ver


Voz: Vagner Magalhães e Fábio Cabelo
Violão 12: Cleiton Profeta
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Flauta: Muriel Szym
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym


quinta-feira, 28 de julho de 2011

02 - E Agora?



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

E AGORA
(Cleiton Profeta)


Eu tenho medo de olhar lá fora
A cidade é uma prisão...
E tenho medo de ficar, e agora?
Tanta coisa pra lembrar...

Quem dera eu... ter feito os dias longos
Pudera eu... tê-los passado acordado
Sabe lá... se a lembrança ilumina
Ou deságua a retina
Quando tudo voltar...

Eu tenho medo de contar nos dedos

Quantas noites cantei, mais louco
Num grito mais rouco
Que alguém pode dar...

Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Duocello e baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

domingo, 24 de julho de 2011

Com Vocês: Circus Musicalis 10 Anos!

Estaremos disponibilizando música por música no Youtube o show do dia 29/05/2011 realizado no SESC Joinville!



CANTOS
(Cleiton Profeta e Paulinho Dias)

Canto por todos os cantos
Que num triz se resume
Em um só cantar

Canto pela boca da noite
Até chegar a aurora
E eu poder descansar

Canto por desertos sombrios
Que sofrem com o frio
Em todo anoitecer

Canto com a força do vento
Pra fazê-los jardins
E assim os florecer

Pupilas que fitam desfocadamente
Pupilas que fitam desfocam da mente


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Tricórido, Duocello e Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma música por vez


Há dez anos lancei um disco. Queria muito realizar o projeto mas não tinha como bancar  um estúdio, então o gravei na sala do meu apartamento, take a take, em um MD, e mixei em um estúdio de rádio. Confesso que ficou péssimo! Muito abaixo do que as canções representariam ao vivo. Prometi para mim mesmo que o próximo seria bom.
Vieram novos projetos, novas canções e o tempo passou rápido. E hoje – 10 anos depois – tenho dois discos praticamente prontos, guardados em um HD. Mas a pergunta é: como se lança um disco em 2011?
Bandas gigantes disponibilizam seus discos gratuitamente em diversos sites (e eu acho isso ótimo!), mas vocês já reparam que, normalmente, a primeira faixa tem 30% a mais de execuções do que a segunda? A terceira faixa segue o mesmo destino e assim sucessivamente. Se a última música do álbum for a melhor será, inevitavelmente, a menos ouvida! Isso é um reflexo claro de que o público não tem mais paciência para ouvir mais que duas ou três músicas de uma vez, e raramente chega às últimas faixas. Nunca houve tanta música disponível, mas nunca se ouviu tão pouca música. O público prefere ouvir 30 segundos de dez músicas diferentes do que dar chance a duas faixas de uma banda que não conhece.
Posso, mais uma vez, estar fazendo o papel do tiozinho saudosista, mas adorei quando o Pink Floyd ganhou na justiça o direito de não permitir que sua obra fosse estraçalhada, vendida de canção em canção. Eles consideram seus álbuns uma obra completa, sendo cada música uma parte dela, assim como um filme é composto cena a cena. A escolha da música que abre, a que vem depois, a que fecha o álbum, a mixagem, o clima faixa a faixa… Tudo faz parte da concepção de uma obra fonográfica. Quem está nascendo agora terá grandes dificuldades em entender que – não faz tanto tempo assim – comprava-se um disco e o escutava por  inteiro. Depois, claro, você escolhia suas preferidas e gravava em uma K7, mas era comum encontrar o “lado B” em coletâneas pois cada um fazia a sua.
Acho que hoje, sistematicamente falando, o caminho para produtores e bandas talvez seja lançar uma música por vez.
Isso com certeza venderá muito mais que um disco lançado na íntegra.

Cleiton Profeta

Texto para a Wazap Mag

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fazer teatro não é fazer projeto



O ator, diretor e produtor de teatro Muriel Szym é uma figura que sempre chama a atenção, quando anda pelas ruas de Joinville. Sua carreira começou em 2002, quando o artista conheceu Maureen Bartz, 28, e Fábio Kabelo, 30. “Há alguns anos, se fazia pesquisa, produções e temporadas, trocas com grupos de fora e viagens. Hoje, fazer teatro é fazer projeto. O grupo é bom porque tem projeto aprovado. Isso está criando uma cultura de bengala”, acredita Muriel.

“Um exemplo foi um edital que somente premiou circulação de peças. No ano seguinte, quando fizemos a seleção para a mostra joinvilense não havia estreias. Ou seja, se não há verba municipal do edital ninguém monta nada? Que tipo de teatreiros estamos nos tornando?”, questiona.

Os três artistas se conheceram no elenco da Cia. Circus Musicalis e o Roca foi criado em 2007, com a volta deles a Joinville, depois de passarem dois anos fora – tempo que aproveitaram para se apresentar no Nordeste com espetáculos de rua e oficinas. “Em Joinville, apresentamos ‘Cantando Cousas e Contando Causos”, tema montado a partir da nossa experiência nas andanças com os contadores de historias do sertão”, esclarece. Depois, apresentaram “Por 3 Fios”, um monólogo com a releitura do conto dos Irmãos Grimm, o que ele afirma ter sido um trabalho exaustivo de composição de corpo e voz, sonoplastia e iluminação. Tanto suor rendeu boas temporadas em Joinville, Jaraguá e Itajaí.

O Roca também se especializou em serviços de produção para festivais, mostras e eventos, tanto no teatro quanto no audiovisual. Este ano, a companhia começa mais forte com esta estrutura. “Com certeza vão existir criações. Está no sangue, mas queremos estar mais atuantes nos serviços prestados de produção porque conquistamos uma qualidade diferenciada em Joinville”, explica Muriel. “Acredito que, enquanto todos estiverem se juntando para ganhar uma possível premiação do poder público para desenvolverem seus trabalhos e não insistirem na cobrança de novas estruturas teremos que continuar comentando sobre as produções trazidas de fora.”

Jornal À Notícia 7 de março de 2010.
 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cabelo, o músico inventor

Fábio Felippe, conhecido pelo apelido, sempre foi apaixonado por novas sonoridades.

Músico, ator e luthier inventor. Fábio Felippe, mais conhecido por Cabelo, mistura as três profissões para dar vida às suas criações. O músico mora no bairro Boa vista, em uma casa aparentemente normal, a não ser por um cômodo, no qual armazena diversos instrumentos, das mais variadas formas e sonoridades. Entre ferramentas, violões, garrafas e tubos de PVC, Fábio guarda uma grande sabedoria musical que, há mais de 15 anos, transforma em arte.

Fábio despertou seu gosto pela música aos dez anos, quando ainda estudava na cidade de Rio Negrinho. Seu primeiro instrumento foi uma flauta doce, apresentado por um professor da Casa da Cultura durante um projeto que o município desenvolvia nas escolas da região. Dois anos depois, Cabelo começou a tocar teclado e, posteriormente, violão, instrumento pelo qual se apaixonou.

— Tentei tocar guitarra, mas, até hoje, o violão é o instrumento de que mais gosto —, conta.

O artista acredita que é possível viver da música em Joinville, mas, para isso, é necessário fazer outros bicos na área.

— Eu faço trilhas, gravações, oficinas, vendo instrumentos e dou aula de violão —, explica.

Atualmente, um dos serviços de Cabelo é a confecção de instrumentos para as escolas de Joinville. O chinelofone é um dos equipamentos que, futuramente, será instalado em algumas escolas da região para aulas de música. Entre as invenções, algumas criações chamam a atenção, como o tricorde, uma espécie de rabeca tocada com arco, e o duecelo, também tocado com arco e com o som mais grave.

Em Joinville, Fábio estudou nos colégios Presidente Médici e Jorge Lacerda. O artista também morou na Bahia e em Curitiba, onde chegou a estudar música na Faculdade de Artes do Paraná (FAP). A experiência no Estado vizinho foi rápida. Quando retornou para o Norte catarinense, voltou para completar a nova formação da banda Smokers, grupo do qual já havia participado. O rock progressivo e psicodélico dos Smokers revela um pouco das influências musicais de Cabelo, como Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos.
 
 Harpa de boca, didgeridoo e hang drum são outros dos instrumentos exóticos presentes na casa do músico. Mas as criações não ficam guardadas apenas na residência: os instrumentos também são utilizados em apresentações teatrais, shows e até em filmes. Recentemente, Cabelo fez a trilha sonora para o documentário “1951”, sobre o ano do centenário de Joinville.

— Fiz o trabalho sem ver as imagens. Quando vi o documentário pronto, foi uma surpresa. Gostei muito do resultado —, revela.

No teatro, Fábio já apresentou trabalhos próprios como “Todo Meu Som” e “Aosom”, além de espetáculos com Paulinho Dias e Cleiton Profeta, por meio do grupo Circus Musicalis. O artista também já viajou para vários Estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, com um projeto de contação de histórias, em parceria com Ilaine Melo. As experiências nunca param. Fábio pretende continuar a conhecer novas culturas, produzir instrumentos e agregar opções de sons nos seus trabalhos e oficinas.

(A Notícia - 09/04/2011)







terça-feira, 7 de junho de 2011

Conheça Muriel Szym, o contador de histórias

Contrariando a trajetória comum de artistas, ator trocou Curitiba por Joinville
Entre todas as atribuições que Muriel Szym carrega, talvez a que mais se encaixe ao cara de cabelos compridos e barba loira é a de viajante. Pelo menos era essa a principal certeza que ele tinha do que gostava de fazer quando desembarcou em Joinville há pouco mais de dez anos, ainda sem rumo certo pra própria vida, com uma única vontade: viver e, assim, descobrir qual era seu papel no mundo.

Aos 30 anos, ele afirma já ter esta resposta. De quebra, deu à cidade que escolheu a oportunidade de contar com seus múltiplos talentos e com sua vontade de criar para fomentar a produção artística e cultural joinvilense. Os anos 90 chegavam ao fim quando Muriel saltou em Joinville sem nunca ter pisado na região antes.

Ou melhor, ele saltou e não olhou muito em volta, já que foi direto para São Francisco.

— Eu me lembro de ter olhado no mapa e falado: caraca, tem uma ilha no meio! Esse lugar deve ser o paraíso — lembra ele.

A escolha não foi aleatória, já que o curitibano apaixonado por natureza foi atraído a Joinville pelo curso de turismo com ênfase em meio ambiente que o Ielusc oferecia na época.

— Conversei com a Elizabeth Tamanini e consegui um estágio no Museu Fritz Alt. Aí ficava pirando lá, lendo tudo sobre ele, desenhando as esculturas — conta Muriel.

Como precisava de dinheiro, ele criou uma performance com desenho e poesia que oferecia pela cidade, mas elas só duraram até que ele conhecesse Cleiton Profeta, que deixava a arte de rua para começar um grupo de teatro.

— O Profeta me falou: cara, tô criando um espetáculo musical. Eu achei meio estranho, mas fui no ensaio para ver qual era — admite.

Foi assim que surgiu o Circus Musicalis e Muriel estreou no palco, mas não como ator. Ele montava um cavalete, fixava a tela e fazia pinturas na peça "Alegoria do Sonho". Na segunda temporada, como um dos atores desistiu e Muriel já tinha as falas decoradas, pediu uma chance.

— Foi assim que 'desembuchei' como ator — define.

À convite de Ilaine Mello, fez o curso de contação de histórias e descobriu que tinha jeito pra isso. Tanto que, em 2003, ele e o amigo Fábio Cabelo partiram para a Bahia como contadores de história. Cabelo logo voltou, mas Muriel continuou a jornada sertão adentro até chegar ao Rio São Francisco contando algumas histórias e conhecendo outras.

Foi ao voltar para Joinville que ele percebeu: tinha virado artista. Mas não parou de viajar. Com a Cia. Mútua de Bonecos, viajou pelo Brasil inteiro. Depois, foi a vez de explorar Santa Catarina ao participar de espetáculos de grupos locais. Desde então, seu currículo nas artes precisa de muitas páginas para conter todas as atividades.

Pode ser contação de histórias, teatro, música, audiovisual ou pintura: não importa, é só haver uma produção cultural, que Muriel está "metido" lá.

— Eu tenho sorte de as oportunidades aparecerem, mas também sou muito metido, vou lá e pergunto se posso participar — afirma ele.

Cláudia Morriesen

(Jornal A Notícia - 07 de Junho de 2011) 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Há 40 Anos...

     Os 70 já não eram algo tão novo assim, os Beatles tinham acabado, "Have You Ever Seen the Rain?" tocava no rádio dia e noite, o Brasil
já era tricampeão mundial de futebol, Eric Clapton já havia lançado com sua então banda Derek and the Dominos o espetacular "Layla and
Other Assorted Love Songs” e a década se mostrava rapidamente como a mais criativa no mundo da música.

O ano era 1971, e uma avalanche de álbuns que ficariam para a eternidade tomava proporções inimagináveis! Foi em 1971 que o Jethro
Tull lançou o supremo "Aqualung", no mesmo ano à banda America dava as caras com seu disco homônimo; quem nunca foi a um barzinho
e repetiu o "la, la, la" do refrão de "A Horse With No Name" cantada ao violão? Janis Joplin tinha morrido de overdose no ano anterior,
mas foi em 71 que "Pearl", seu disco mais conhecido, foi lançado. O Walt Disney World é inaugurado, mas nem tudo eram rosas; Charles
Manson era notícia e a Guerra do Vietnã se arrastava, porém ainda havia a ingenuidade dos anos 60 no ar e sim, muita bandas achavam que
iam mudar o mundo e mudaram! John Lennon lançava "Imagine", imaginem: isso foi há 40 anos!

Penso agora como seria hoje eu escrever um artigo sobre a música no mundo em 1971 no melhor estilo “Back to Future”: O Led Zeppelin
lança seu 4º álbum e tem uma música épica que vai ficar na história, o nome dela é "Starway To Heaven". Aposto que até 2011 esse disco
venderá 24 milhões de cópias! Esse é o som da moda, o Black Sabbath é a banda do momento e seu "Master of Reality" é sem duvida mais
uma obra prima. Para quem é fã do estilo tem também o novo do Deep Purple: "Fireball".
Sobrou dinheiro para comprar mais um disco? O Alice Cooper lançou o clássico "Love it to Death" e aproveite, pois todas essas bandas
estão no ápice da carreira com suas formações clássicas! Heavy Metal não é muito a sua praia? Já ouviu o novo do Bee Gees? Chama-
se “Trafalgar”, aposto que daqui a 40 anos seus filhos cantarão “How Can You Mend a Broken Hear” em um videoquê, não sabe o que é um
videoquê? Está vendo... todo mundo é mais feliz em 1971!
Falando em felicidade, não pode morrer feliz quem nunca escutou “Tea for the Tillerman” do Cat Stevens que agora lança o “Teaser and
the Firecat”, mas ele ainda é Cat Stevens!
Quer viajar? Já ouviu “200 Motels” do Frank Zappa? É experimentalismo demais? Que tal então o “L.A. Woman” do The Doors? Tem
também o “Meddle” do Pink Floyd. Se gostar de progressivo não perca “The Yes Album” do Yes!
Prefere viajar no virtuosismo? Tente o “Pictures At An Exhibition” do Emerson, Lake & Palmer!
Gosta de rock? Do bom e velho rock? Os Stones estão lançando um de seus melhores álbuns, o famoso “Sticky Fingers”, isso mesmo aquele
do zíper...
Há também o Rod Stewart com o “Every Picture Tells A Story”, quer mais peso? Ele gravou com o Faces o “A Nod Is as Good as a Wink to
a Blind Horse”, disco que viria a se tornar influência para a geração punk que chegaria alguns anos depois.
Falando em peso, já ouviu o “Who's Next” do The Who? Quer algo mais leve? Don McLean acaba de dar a luz a “American Pie” e o Elton
Jhon lança o seu melhor disco: “Madman Across The Water”!
O que? Os brancos dominaram a indústria da música? Onde estão os negros sempre tão geniais?
1971 foi o Ano Internacional da Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial e Marvin Gaye lança um dos discos mais aclamados de
todos os tempos: “What's Going On”! O Sly & the Family Stone esta nas lojas com: “There's A Riot Goin' On”; Você já ouviu esse?
Não? Deveria! Aproveite e compre também o “Maggot Brain” do Funkadelic! Nesse ano ainda o Jacksons 5 lançam dois discos: “Maybe
Tomorrow” e “Goin' Back to Indiana”, é mole? Você ainda não ouviu a Tina Turner cantando "Proud Mary" na rádio? Gosta de cantoras?
Carole King lançou o “Tapestry”...
Não citei todos? Verdade! O David Bowie veio com o estupendo “Hunky Dory”... Sim, faltou também o David Crosby que lançou o
charmoso “If I Could Only Remember My Name”... bem lembrado! O quê? Você mora no Brasil e nessa época os discos levam anos
para chegar, pois praticamente não entra produto importado no país devido ao tal do protecionismo? Aqui no Brasil um maluco montou
uma tal “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista”, aposto que ele vai fazer sucesso em breve dizendo ser a “Mosca na Sopa” no lado A e
fechando o lado B com uma épica reclamação do sucesso, e ele deveria sim estar contente! Mas corram que essa sociedade vai sumir
misteriosamente das prateleiras assim como surgiu...
O Robertão fez “Detalhes”, tá certo que outros cabeludos tentarão em vão gravar essa música, mas ele, o Robertão, não vai parar de
cantá-la nunca. Falando em Robertão, aquele gordinho que deu as primeiras de violão pra ele lançou seu segundo disco que é o “ó do
borogodó” (ou seria uma brasa?). Sem título, apenas Tim Maia vol 2 e “Salve Nossa Senhora”! O compositor de maior prestígio do país
lança o seu disco de maior prestígio: “Construção”, o Caê está morando em Londres, mas “London, London” será sucesso na década seguinte
e não queiram nem saber com quem...
E o Brasil não seria Brasil sem as “Cartas de Amor” do Waldik Soriano, sem Luiz Gonzaga cantando “Ovo de Codorna” e sem a “Tonga da
Mironga do Kabuletê”.
Como acredito que jamais poderei viver em 1971, penso então como será se em 2051 se me pedirem para escrever sobre a música no
mundo em 2011... pois é, poderei escrever que em 2011 grandes discos estavam completando 40 anos...

(Cleiton Profeta 10/03/2011.)

Publicado na Revista Wazap Mag
Vôo com escala, novela, baldeação,
Indiretas, dormir cedo, ver televisão
Fila para banco, burocracia, reencarnação,
Esperar por quem se atrasa, abstenção,
Fila pra boate, deixar pra amanhã e oração.

Para mim isso tudo é perda de tempo.


(Cleiton Profeta - 01/06/2011)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Circus Musicalis 10 Anos

Apesar do breu, vi alguns queixos caídos em uma das quatro apresentações do Circus Musicalis no teatro do Sesc de Joinville, entre sexta-feira e ontem. Não é pra menos. A excelência da banda, unida ao repertório e a direção de Cleiton Profeta, fez o tema central do espetáculo (o tempo) passar voando. Ainda bem que o esforço não foi em vão: foram quatro sessões lotadas, com direito a gente em pé. É combustível pra que o Circus Musicalis ganhe, enfim, a estrada e leve suas boas ideias a outros cantos do Estado. Outros dez anos de música e poesia parecem coisa óbvia.

Rubens Herbst

(Jornal A Notícia - 31/05/2011)

sábado, 28 de maio de 2011

Costura de CANÇÕES

Grupo Circus Musicalis retoma hoje, no Teatro do Sesc, espetáculo musical em comemoração aos dez anos do projeto

Quem já teve a oportunidade de assistir pelo menos um dos cinco espetáculos que consolidaram o grupo Circus Musicalis em Joinville, pela primeira vez, verá a banda à frente do palco. Dez anos de Circus Musicalis não é somente para marcar o ano comemorativo como para destacar o que o grupo tem de melhor: as composições.

Sem deixar a mescla de artes de lado, os músicos garantem a inserção do teatro com textos na voz do ator Muriel Szym costurando canções, e vários elementos alheios aos instrumentos, que remetem aos trabalhos passados, muitos deles revisitados em outras ocasiões. Sombras, latas e vídeos convergem “em torno da música”, termo que, em latim, ajuda a definir a proposta do grupo.

As músicas que marcaram os espetáculos “Cantos” (2001), “Cordas em Tempo” (2002), “Alegoria do Sonho” (2003), “Ao Tempo” (2005) e “Veja Você Mesmo” (2008) são relembradas, e novas composições pincelam o trabalho que está por vir. Está enganado quem acha que os quase três anos sem levar ao público os musicais abalou o futuro de Circus Musicalis. “Pão e Circus” será a próxima estreia do grupo, e o segundo CD deve vir à reboque.

Sem incentivo público, tudo é feito na camaradagem, segundo Cleiton Profeta, arquiteto de toda a miscelânea que Circus Musicalis promove no palco. “Sempre usamos o que temos à mão, o que é mais barato, trazendo pessoas que estejam a fim de participar”, diz. Foi assim com Muriel, que hoje tem papel de destaque no espetáculo. “Ele recém tinha chegado de Curitiba e nós o chamamos para participar com o que ele sabia, que era pintar. Depois foi experimentando outras coisas e se descobrindo como ator”, conta Cleiton.

Este é o maior período em que Circus ficou sem grandes apresentações. Mas a abstinência não foi total. Eles continuaram a tocar juntos, porém levando projetos paralelos adiante. O que os mantém, segundo Cleiton, é o gosto em comum pelo rock clássico e lado B da música brasileira. “O que a gente quer agora é viajar mais, chegar a outros lugares”, almeja o músico.

Cleiton forma o grupo com Fábio Cabelo, Rafael Vieira, Marcelo Rizzatti e Vagner Magalhães e não se intimida em dizer que seu trabalho não leva rótulos cults. “Porque a arte não precisa ser chata para ser boa”, argumenta.

Quem quiser conferir e comemorar os dez anos dessa mistura tem quatro oportunidades. Até segunda-feira, haverá apresentações diárias às 20 horas no Teatro do Sesc de Joinville. É preciso chegar uma hora antes para garantir os ingressos, que serão vendidos ao preço simbólico de R$ 1.

RAFAELA MAZZARO

(Jornal A Notícia - 27/05/2011)

Provocação Incansável

A provocação em sua própria concepção, o flerte com o teatro, que namora o cinema e tem um caso com a música. O Circus Musicalis completa dez anos, mas ainda está difícil defini-lo corretamente – fiquemos então com um grupo “cênico-musical”, apesar de ainda assim o termo não abraçar todos os segmentos artísticos perseguidos por Cleiton Profeta, Fábio Cabelo e companhia.
Com tamanha variação, o que esperar do espetáculo de celebração de uma década? As próximas quatro noites no Teatro do SESC pontuarão vários momentos da caminhada do Circus Musicalis. “Quem nunca viu um espetáculo nosso terá uma boa noção de como foram as outras produções”, explica Cleiton.
Essa outras produções, no caso, são “Cantos” (2001), “Cordas em Tempo” (2002), “Alegoria do Sonho” (2003), “Ao Tempo” (2005) e “Veja Você Mesmo” (2008), as heranças deixadas pelo grupo nessa breve história. Repare: lá se vão três anos sem uma nova estreia. E quem é da área sabe que desse vácuo temporal emerge uma grande novidade artística.
O show de dez anos é uma parte de tudo aquilo pensado pelos idealizadores Cleiton e Fábio nesse ínterim. Ainda esse ano, a trupe pretende estrear “Pão Circus”, um monólogo interativo protagonizado pelo parceiro Muriel Szym. Um CD também está a caminho. O espetáculo de hoje aproveita a efeméride para resgatar e reapresentar músicas, cenas e vídeos da década – seria como um nova visita que abre as portas para outras produções.
A parte musical do Circus Musicalis será representada ainda por Rafael Vieira, Marcelo Rizzatti e Vagner Magalhães. Paulinho Dias, outro responsável pelo nascimento do grupo, talvez dê uma passada pelo Teatro do SESC. A meta é levar o show para outras cidades, como uma mini-turnê comemorativa. “O legal é que podemos viajar com essa estrutura”, aponta Cleiton.
O repertório é formado por canções que foram marcantes nas peças anteriores do Circus Musicalis. Mesmo os covers, analisa Cleiton, tem significativa importância nas montagens e merecem ser novamente ouvidos. “É um espetáculo completo, com interação multimídia e a presença do Muriel. Só não terá um tema, não seguirá uma história, por isso é mais conceitual”, argumenta.

O que: show de dez anos do Circus Musicalis.
Quando: de hoje até segunda-feira, às 20h.
Onde. Teatro do SESC, rua Itaiópolis, 470.
Quanto: R$ 1, à venda uma hora antes do início do espetáculo.
Começo foi no Sesc Joinville


São dez anos de contato com o público, mas a trajetória do Circus Musicalis começou antes disso. Em 1998, Cleiton Profeta e Fábio Cabelo se uniram na tentativa de gravarem um CD – a intenção era costurar as músicas como uma história. Paulinho Dias entrou no projeto e a parte musical se transformou num show interativo, que brinca com outras manifestações artísticas.

O primeiro espetáculo, “Cantos”, foi apresentado no SESC. Mesmo palco onde começam as comemorações destes dez anos. Comemorar sim, porque Cleiton acredita numa marca já deixada pelo grupo, um estigma marcado pelo público. “Chegamos num ponto que, a cada novo espetáculo, a plateia quer novidades. Isso é bom porque até eu fico com frio na barriga, um show nunca será igual ao outro”, salienta.

EDSON BURG

(Notícias do Dia - 27/05/2011)



terça-feira, 17 de maio de 2011

Em Torno da Música


Uma existência em torno da música> Letras e melodias criadas a partir da contemplação da natureza humana. Sem regras, mas repleta de vontade de traduzir a livre expressão em arte. Essa é a vocação da banda joinvilense Circus Musicalis, formada por Cleiton Profeta, Paulinho Dias e Fábio Cabelo.
O nome veio do latim e significa algo como "em torno da música", e, por isso mesmo trio lança mão do que for necessário, porém original, na hora de se comunicar com o público. Em suas apresentações há flertes com teatro, dança, cinema e até artes plásticas. Desde 2001, com a ajuda de colaboradores, já montaram cinco espectáculos teatrais. Neles se misturam todas essas diferentes vertentes numa grande brincadeira de cores, luzes e sombras. Além desses espectáculos pontuais, a banda mantém uma agenda para shows exclusivamente musicais. Para isso, são somados Rafael Vieira, Marcelo Rizzatti e Vagner Magalhães.

ESPETÁCULOS

Cantos (2001 e 2006 - remontagem) / Cordas em Tempo (2002) / Alegoria do Sonho (2003 e 2004) / Ao Tempo (2005) / Veja Você Mesmo (2007 e 2008)

FAZENDO ARTE

 Quem pensa que Joinville é um oásis no cenário cultural do estado, por seu grande Festival de Dança - de repercussão internacional -, está enganado. A vocação industrial da cidade torna a tarefa de "fazer arte" em algo complicado. Justamente por essa dificuldade é que o Circus Musicalis se destaca ainda mais. O grupo nunca usou recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, e sempre bancou seus espetáculos teatrais com patrocínios de empresas privadas ou recursos próprios. "Seria melhor que os montantes destinados a Lei de incentivo à Cultura fossem usados na melhoria da estrutura cultural da cidade, investindo em nosso teatro municipal, por exemplo", explica Cleiton Profeta. Comprovando seus esforços, a Circus lotou, por duas noites consecutivas, o Teatro Juarez Machado.

NOVO ESPETÁCULO

 Uma nova peça está sendo escrita e a previsão de lançamento é para o segundo semestre. O nome ainda é segredo, mas Cleiton revela alguns detalhes: "usaremos ainda mais os recursos de vídeo e contaremos com apenas um ator em cena", confessa. O Hippie Industrial, personagem da última peça (Veja Você Mesmo), volta para dessa vez para abordar a filosofia das mesas de bar. O roteiro está no processo de finalização, e os vídeos que serão usados na montagem já começaram a ser gravados.

(Jefferson Luchtenberg)

Publicado na revista Wazap Mag

@wazapmag

  





quinta-feira, 5 de maio de 2011

Produto Nacional


Foi em outubro de 2008 a última vez que o Circus Musicalis encantou as plateias joinvilenses com um mix de artes (música, teatro, dança, vídeo, poesia) que levava a níveis excepcionais a concepção original de Cleiton Profeta. O mesmo resolveu reativar a banda pra marcar os dez anos dela, mas num formato mais enxuto do que aquele visto há três anos. O que se verá entre os dias 27 e 30 no Sesc de Joinville é um sexteto na ponta dos cascos, revisitando canções dos quatro espetáculos montados até hoje, além de uma inédita e três versões. Não se preocupe, haverá mais pra ver – desta vez, no fundo do palco.

ORELHADA | Rubens Herbst

matéria publicada em 04/05/2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Circus Musicalis 10 Anos


O Circus está fazendo 10 anos e para comemorar a banda preparou um show com músicas de todos os projetos! Com roteiro e direção de Cleiton Profeta e participação especial de Muriel Szym!!!!
Muito além da proposta "flashback" o show dá uma pincelada no próximo musical "Pão e Circus" que terá Muriel Szym como protagonista...
O show estréia no SESC Joinville no dia 27 de Maio às 20:00h, a entrada é apenas R$ 1,00 mas é preciso chegar cedo para retirar o ingresso na bilheteria do SESC. A temporada prossegue nos dias 28, 29 e 30.
Então a gente se vê lá!!

sábado, 23 de abril de 2011

Single - Hippie Industrial

Hippie Industrial fez parte da trilha do Veja Você Mesmo, a versão do vídeo foi feita para o CD que ainda esta na gaveta, em tempos de Internet não sei se é correto mas podemos chamar essa versão de: o primeiro single do CD.
Espero que gostem...



Hippie Industrial

Composição : Cleiton Profeta


 E o tempo passou, passou, passou...
E eu fiquei vidrado na minha janela
Olhando p'rela
Sem querer saber que ela era minha novela

Hippie Industrial olha a Televisão
Hippie Industrial não pisa com o pé no chão

Eu tento perceber porque o tempo
Nos remove desse instante do presente
Que acontece sem descanso e apressado
A girar com a cabeça sem pescoço
E todo velho já foi moço
Ainda que não vá lembrar

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Revés no Ministério da Cultura

Gestão da ministra Ana de Hollanda sinaliza para postura conservadora

  Durante a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, em 2010, um dos setores sociais que mais se mobilizaram por sua candidatura foi aquele ligado à produção cultural. A política implementada pelos ministros da Cultura durante o mandato do ex-presidente Lula, Juca Ferreira e Gilberto Gil, era vista como um dos braços mais progressistas do governo. Considerando o forte enraizamento social dos produtores de cultura que apoiavam o governo, sua organização, nas ruas, em apoio a Dilma, e o significativo acesso dos militantes da Cultura Digital às mais variadas formas de comunicação, não há como negar o papel imprescindível desse setor na eleição da candidata do PT. Quando a campanha de José Serra (PSDB) adotou uma tática difamatória pela internet, por exemplo, foram essas pessoas que, por militância, saíram em defesa da petista.
Eleita, Dilma demorou a escolher o responsável por assumir o MinC. Mais de 20 nomes foram cogitados, e o movimento cultural pressionava pela manutenção de Juca, ou de outro nome próximo à mesma política. A presidente surpreendeu quando anunciou a escolha de Ana Buarque de Hollanda para a pasta. Com experiência administrativa de pouca expressão, teria sido escolhida pela proximidade com o grupo político que orbita em torno do ator petista Antônio Grassi, além de ser mulher e carioca – até então, o Ministério tinha pouca presença do Rio de Janeiro. Grassi foi nomeado por Ana presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), onde já havia atuado na gestão anterior, e de onde foi demitido por Gilberto Gil, em 2007. Movimentos como os de Software Livre, Cultura Digital e Pontos de Cultura estranharam a escolha de Ana, mas mantiveram o apoio tácito ao governo. Desde que assumiu, entretanto, a nova ministra tem sinalizado em direções que têm sido consideradas, por parte do movimento, mais conservadoras.
Primeiro, ela deu declarações de que a Reforma na Lei dos Direitos Autorais “foi discutida com a sociedade, mas não se chegou a consensos. Precisa ser novamente colocada em discussão”. O processo de discussão da reforma tomou, pelo menos, seis anos. Diversos seminários e congressos foram realizados com a participação de uma ampla gama de setores sociais. Juca deixou um projeto pronto ao novo governo. Ana de Hollanda já dera pistas de ter um posicionamento menos ousado no texto que, em 2008, ela escreveu no blog de Grassi. “Com o surgimento da internet, celulares, com seus provedores, softwares, empresas de telefonias e grandes grupos que englobam tudo acima, a criação é o elo mais fraco e fácil de se neutralizar com o irônico discurso de ‘democratização do acesso’”, postou.
Uma segunda sinalização considerada negativa pelo movimento de Cultura Digital foi a declaração de que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) não precisa de supervisão estatal. O Ecad é uma instituição privada criada por lei federal (5.988/73), o que para muitos significa uma aberração jurídica. Detém o monopólio da arrecadação e da distribuição dos direitos autorais. Pratica a cobrança rigorosa do dinheiro – inclusive em eventos como festas juninas ou infantis – e é pouco transparente na utilização desses recursos. Há setores que defendem sua extinção ou substituição. Os mais moderados apoiam apenas o óbvio, a supervisão estatal, que a ministra agora diz ser desnecessária.
No início deste mês, a ministra se reuniu com o advogado Hildebrando Pontes, vinculado ao Ecad. O encontro foi visto com muita preocupação pelos setores mais progressistas da discussão do direito autoral, ainda não recebidos pela ministra. De posições muito conservadoras, Hildebrando é cogitado para chefiar a secretaria de direito autoral. “Seria como nomear o Ronaldo Caiado [deputado federal da bancada ruralista] para o Ministério da Agricultura”, compara Pablo Ortellado, coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (GPOPAI/USP). Hildebrando já declarou que, para ele, não deveria existir o domínio público – o direito autoral deveria durar para sempre. Ele fez a defesa do Ecad em centenas de processos em distintos tribunais, entre os quais o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Foi, entretanto, uma outra medida de Ana de Hollanda a que mais polêmica gerou entre os setores culturais. O MinC substituiu, repentinamente, a mensagem de rodapé em seu site. O Ministério retirou a referência ao Creative Commons, modelo de licenciamento alternativo escolhido na gestão Gil, substituindo-a pelo texto: “O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte”. Sem grandes consequências práticas, a medida tem valor simbólico, com implicações políticas e eventualmente jurídicas. “Essa frase causa diversos problemas. A nossa lei de direitos autorais é uma das mais restritivas do mundo e diferencia a ‘reprodução’ da ‘publicação’. A frase trata apenas do direito de reprodução de modo que alguém que republique os conteúdos do site do MinC no seu próprio site não está coberto por ela e viola direitos autorais”, explica Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Creative Commons Brasil.
Importante considerar que o Ministério de Gil e Juca era famoso, na esplanada, pelos gastos além do orçamento. O programa de maior projeção social e política do período, o Cultura Viva, por exemplo, frequentemente gastava além do planejado. Em 2010, em parte devido à campanha eleitoral, que inviabiliza certos gastos, vários pontos de cultura (unidades de produção cultural vinculadas ao programa) ficaram sem pagamento. Ana visa corrigir essas distorções, profissionalizando a pasta. E o governo Dilma deu sinalizações aos ministérios de que em seu primeiro ano pretende conter gastos.
Ortellado considera que, nesse enfrentamento, uma das ameaças mais graves seria um possível revés na política externa brasileira. “O Brasil era, de longe, o mais progressista no que diz respeito a Direito Autoral. Passou a pautar mundialmente, através do Itamaraty, a discussão do Direito Autoral vinculada ao direito de acesso, e não ao direito do autor. Até a Secretaria de Estado dos EUA chegou a criar um seminário para discutir as questões colocadas pelo Brasil”, lamenta. Os militantes já criaram um “blog protesto” na internet e buscam se mobilizar, articulando-se inclusive com os Pontos de Cultura.

Leandro Uchoas

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

É Permitido Proibir

Para Caetano Veloso não é mais proibido proibir

Tenho ficado perplexo com a coluna semanal do Caetano no O Globo. Especialmente por sua tradição de posições inovadoras e ousadas. Além de ser o grande artista que é. Foram duas crônicas falando sobre Direito Autoral de cima do muro. Linhas e mais linhas para dizer que não tinha uma posição sobre o assunto no que se refere à internet. Finalmente, esse domingo, resolveu tomar partido – não sem antes dizer que os dois lados tinham razão (como se tratasse de dois times e não de uma construção através do debate) – e saiu com essa pérola: “É porque acho que devemos respeitar os direitos autorais. Sem concessões. A internet que se vire. Ela e toda sua multidão de internautas em blogs e redes sociais que se vejam na situação de introjetar as leis da vida off-line, a nossa vida. Daqui de fora, podemos exigir.”

Resumindo: ele não entende nada sobre a internet. Primeiro porque, como ele mesmo admite, não está nela. Afinal ele quer exigir “de fora”. Se você não conhece sobre o que está falando, o provável é falar bobagem. Como essa história de que “a internet que se vire”. Ora, a internet não existe da mesma forma que uma empresa, com presidente e diretores. É um conjunto caótico e descentralizado de milhões de colaboradores sem nenhuma hierarquia. Ele teria que convencer cada um dos participantes a concordar com a tese de que as leis da vida off-line são aplicáveis ao mundo virtual. Como se os bits obedecessem às regras dos átomos. Assim é fácil resolver. Caetano não quer mais que a garotada baixe músicas sem pagar, nem veja vídeos que não estão liberados por seus autores. Ora, nem o ditador do Egito consegue controlar a internet.

Sejamos razoáveis. Para esse novo mundo precisamos de novas soluções. Bater o pé não vai adiantar nada. Se queremos receber dinheiro temos que oferecer algo que as pessoas queiram comprar. Baixar música na rede já está deixando de ser importante. E nunca resultou em receitas significativas. A garotada está migrando para o streaming, ouvindo e descobrindo música no YouTube. Mas tio Caetano não aprova. Então, garotada, vamos obedecer os mais velhos. Mesmo que esse mais velho já tenha dito um dia que “É Proibido Proibir”.


texto públicado por  @

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Palavra

Quando eu era criança eu queria ter coqueluche, imaginem: co-que-lu-che! Era como aprender francês. A outra opção era difteria. Imaginem a cena, um amiguinho da escola pergunta: “você faltou a aula por que estava com sarampo também?”
E você responde: “não, eu estava com difteria”. Chique né?