quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fazer teatro não é fazer projeto



O ator, diretor e produtor de teatro Muriel Szym é uma figura que sempre chama a atenção, quando anda pelas ruas de Joinville. Sua carreira começou em 2002, quando o artista conheceu Maureen Bartz, 28, e Fábio Kabelo, 30. “Há alguns anos, se fazia pesquisa, produções e temporadas, trocas com grupos de fora e viagens. Hoje, fazer teatro é fazer projeto. O grupo é bom porque tem projeto aprovado. Isso está criando uma cultura de bengala”, acredita Muriel.

“Um exemplo foi um edital que somente premiou circulação de peças. No ano seguinte, quando fizemos a seleção para a mostra joinvilense não havia estreias. Ou seja, se não há verba municipal do edital ninguém monta nada? Que tipo de teatreiros estamos nos tornando?”, questiona.

Os três artistas se conheceram no elenco da Cia. Circus Musicalis e o Roca foi criado em 2007, com a volta deles a Joinville, depois de passarem dois anos fora – tempo que aproveitaram para se apresentar no Nordeste com espetáculos de rua e oficinas. “Em Joinville, apresentamos ‘Cantando Cousas e Contando Causos”, tema montado a partir da nossa experiência nas andanças com os contadores de historias do sertão”, esclarece. Depois, apresentaram “Por 3 Fios”, um monólogo com a releitura do conto dos Irmãos Grimm, o que ele afirma ter sido um trabalho exaustivo de composição de corpo e voz, sonoplastia e iluminação. Tanto suor rendeu boas temporadas em Joinville, Jaraguá e Itajaí.

O Roca também se especializou em serviços de produção para festivais, mostras e eventos, tanto no teatro quanto no audiovisual. Este ano, a companhia começa mais forte com esta estrutura. “Com certeza vão existir criações. Está no sangue, mas queremos estar mais atuantes nos serviços prestados de produção porque conquistamos uma qualidade diferenciada em Joinville”, explica Muriel. “Acredito que, enquanto todos estiverem se juntando para ganhar uma possível premiação do poder público para desenvolverem seus trabalhos e não insistirem na cobrança de novas estruturas teremos que continuar comentando sobre as produções trazidas de fora.”

Jornal À Notícia 7 de março de 2010.
 

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