quinta-feira, 28 de julho de 2011

02 - E Agora?



CIRCUS MUSICALIS 10 ANOS
Gravado Ao Vivo no SESC Joinville - 29/05/2011

E AGORA
(Cleiton Profeta)


Eu tenho medo de olhar lá fora
A cidade é uma prisão...
E tenho medo de ficar, e agora?
Tanta coisa pra lembrar...

Quem dera eu... ter feito os dias longos
Pudera eu... tê-los passado acordado
Sabe lá... se a lembrança ilumina
Ou deságua a retina
Quando tudo voltar...

Eu tenho medo de contar nos dedos

Quantas noites cantei, mais louco
Num grito mais rouco
Que alguém pode dar...

Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Duocello e baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

domingo, 24 de julho de 2011

Com Vocês: Circus Musicalis 10 Anos!

Estaremos disponibilizando música por música no Youtube o show do dia 29/05/2011 realizado no SESC Joinville!



CANTOS
(Cleiton Profeta e Paulinho Dias)

Canto por todos os cantos
Que num triz se resume
Em um só cantar

Canto pela boca da noite
Até chegar a aurora
E eu poder descansar

Canto por desertos sombrios
Que sofrem com o frio
Em todo anoitecer

Canto com a força do vento
Pra fazê-los jardins
E assim os florecer

Pupilas que fitam desfocadamente
Pupilas que fitam desfocam da mente


Voz: Vagner Magalhães
Violão 12: Cleiton Profeta
Tricórido, Duocello e Baixo: Fábio Cabelo
Guitarra: Marcelo Rizzatti
Bateria: Rafael Vieira
Vídeo: Cleiton Profeta e Muriel Szym

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma música por vez


Há dez anos lancei um disco. Queria muito realizar o projeto mas não tinha como bancar  um estúdio, então o gravei na sala do meu apartamento, take a take, em um MD, e mixei em um estúdio de rádio. Confesso que ficou péssimo! Muito abaixo do que as canções representariam ao vivo. Prometi para mim mesmo que o próximo seria bom.
Vieram novos projetos, novas canções e o tempo passou rápido. E hoje – 10 anos depois – tenho dois discos praticamente prontos, guardados em um HD. Mas a pergunta é: como se lança um disco em 2011?
Bandas gigantes disponibilizam seus discos gratuitamente em diversos sites (e eu acho isso ótimo!), mas vocês já reparam que, normalmente, a primeira faixa tem 30% a mais de execuções do que a segunda? A terceira faixa segue o mesmo destino e assim sucessivamente. Se a última música do álbum for a melhor será, inevitavelmente, a menos ouvida! Isso é um reflexo claro de que o público não tem mais paciência para ouvir mais que duas ou três músicas de uma vez, e raramente chega às últimas faixas. Nunca houve tanta música disponível, mas nunca se ouviu tão pouca música. O público prefere ouvir 30 segundos de dez músicas diferentes do que dar chance a duas faixas de uma banda que não conhece.
Posso, mais uma vez, estar fazendo o papel do tiozinho saudosista, mas adorei quando o Pink Floyd ganhou na justiça o direito de não permitir que sua obra fosse estraçalhada, vendida de canção em canção. Eles consideram seus álbuns uma obra completa, sendo cada música uma parte dela, assim como um filme é composto cena a cena. A escolha da música que abre, a que vem depois, a que fecha o álbum, a mixagem, o clima faixa a faixa… Tudo faz parte da concepção de uma obra fonográfica. Quem está nascendo agora terá grandes dificuldades em entender que – não faz tanto tempo assim – comprava-se um disco e o escutava por  inteiro. Depois, claro, você escolhia suas preferidas e gravava em uma K7, mas era comum encontrar o “lado B” em coletâneas pois cada um fazia a sua.
Acho que hoje, sistematicamente falando, o caminho para produtores e bandas talvez seja lançar uma música por vez.
Isso com certeza venderá muito mais que um disco lançado na íntegra.

Cleiton Profeta

Texto para a Wazap Mag

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fazer teatro não é fazer projeto



O ator, diretor e produtor de teatro Muriel Szym é uma figura que sempre chama a atenção, quando anda pelas ruas de Joinville. Sua carreira começou em 2002, quando o artista conheceu Maureen Bartz, 28, e Fábio Kabelo, 30. “Há alguns anos, se fazia pesquisa, produções e temporadas, trocas com grupos de fora e viagens. Hoje, fazer teatro é fazer projeto. O grupo é bom porque tem projeto aprovado. Isso está criando uma cultura de bengala”, acredita Muriel.

“Um exemplo foi um edital que somente premiou circulação de peças. No ano seguinte, quando fizemos a seleção para a mostra joinvilense não havia estreias. Ou seja, se não há verba municipal do edital ninguém monta nada? Que tipo de teatreiros estamos nos tornando?”, questiona.

Os três artistas se conheceram no elenco da Cia. Circus Musicalis e o Roca foi criado em 2007, com a volta deles a Joinville, depois de passarem dois anos fora – tempo que aproveitaram para se apresentar no Nordeste com espetáculos de rua e oficinas. “Em Joinville, apresentamos ‘Cantando Cousas e Contando Causos”, tema montado a partir da nossa experiência nas andanças com os contadores de historias do sertão”, esclarece. Depois, apresentaram “Por 3 Fios”, um monólogo com a releitura do conto dos Irmãos Grimm, o que ele afirma ter sido um trabalho exaustivo de composição de corpo e voz, sonoplastia e iluminação. Tanto suor rendeu boas temporadas em Joinville, Jaraguá e Itajaí.

O Roca também se especializou em serviços de produção para festivais, mostras e eventos, tanto no teatro quanto no audiovisual. Este ano, a companhia começa mais forte com esta estrutura. “Com certeza vão existir criações. Está no sangue, mas queremos estar mais atuantes nos serviços prestados de produção porque conquistamos uma qualidade diferenciada em Joinville”, explica Muriel. “Acredito que, enquanto todos estiverem se juntando para ganhar uma possível premiação do poder público para desenvolverem seus trabalhos e não insistirem na cobrança de novas estruturas teremos que continuar comentando sobre as produções trazidas de fora.”

Jornal À Notícia 7 de março de 2010.