segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Last Sad Blues


Boa tarde blogueiros, aqui quem vos escreve é Naiana.

Vim contar uma novidade. Eu estava, há alguns meses assistindo televisão com o Profeta, e passou uma música em uma trilha de alguma propaganda, e eu disse: eu gosto dessas musiquinhas simples e bobinhas, quando soam verdadeiras. (bobinha aqui significa inocente) Então ele me disse: faça uma musiquinha simples e bobinha, se ficar boa nós gravamos para o Circus.

Na mesma noite, ele foi dormir e eu fui pra sala, peguei meu violão e criei a harmonia, nem sempre surge assim, mas dessa vez, a noite estava propícia para "botar pra fora" noite boemia, fria e sozinha. A harmonia trazia figuras a minha mente, mas eu sou péssima com poemas, péssima! Era muito tarde para acordar o Profeta e pedir para letrá-la para mim, então recorri ao simples inglês. Em inglês parece que tudo encaixa, mesmo quando as palavras são desconexas tudo parece fazer sentido e abstrato. Escrever em inglês faz qualquer um parecer um bom poeta. Pois então, passei todo o filme que rodava nos meus pensamentos pra inglês, e tudo combinou. Deve ser por isso que existem pouquíssimos poetas (brasileiros) que podemos considerar bons e que conseguem musicar seus poemas sem parecerem pobres. Deixo aqui minha referência a Chico Buarque de Holanda, Oswaldo Montenegro e Beto Guedes.

Profeta gravou os violões, o contrabaixo e o tecladinho, ele quem fez também os arranjos e deu um trato na harmonia. O Elias Maluco gravou a batera, e eu a voz. A música, depois de muita enrolação ficou pronta. Devo ter feito ela em abril, e acabamos ontem aqui no estúdio, comemorando às taças de Carmenère e Merlot, aliás, acho que não devo misturar uvas novamente... acordei baqueada e sem um pingo de paciência para escutar como ficou a música.
Enfim, colocaremos no PALCOMP3 do Circus:
e no meu myspace:


Espero que agrade os ouvidos de bom gosto! haha um beijão!

Naiana Hess

(06/10/2009)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A cor do Frio

Esse blusão com cara de Roberto Menescal (segundo o Celso), o Circus tocava no “Veja Você Mesmo”, eu gravei então os violões e o baixo, meu amigo Kauê gravou a bateria e o Paulinho Dias colocou seu potente driver, ou como li uma vez em uma matéria do jornal A Noticia: “seus vocais viscerais” na canção. Certo dia quando estávamos gravando o CD do Celso Blues Boy mostrei com toda a intenção do mundo a música pra ele e ele na hora:
- Tá precisando de uma guitarra aí!
- Claro tá faltando o Celso aí! Grava pra mim?
- Claro, manda o CD pra eu escutar...
(interrompo) – nada, grava agora!
E antes de escutar, de primeira ele gravou a guitarra dessa música! Depois ele quis mudar, pediu pra fazer de novo, mas como sou amante da intuição preferi deixar ela assim, de prima!!! Ele relutou, mas concordou... agora ela está aí, espero que gostem!

A Cor do Frio
(Cleiton Profeta)

Redecorando o clima de anil
Eu sinto a dor do pavor em abril
E canto um blue...
E canto um blue... azul

O aconchego das noites de frio
Um sentimento pra lá de vazio
Cantando um blue...
Cantando um blue... azul

A cor do frio tem pálida visão
A voz do vento no sopro da canção
Eu canto um blue...
Eu canto um blue... azul...

Voz – Paulinho Dias
Violões e baixo – Cleiton Profeta
Bateria – Kauê Vetter
Guitarra – Celso Blues Boy


BAIXE ELA AQUI

ESCUTE ELA AQUI

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pão e Circus e um abraço pro Paulinho.

Ontem fez um ano que estreamos o "Veja Você Mesmo" e talvez por isso eu hoje acordei com uma incomensurável saudade do teatro e logo pensei: Pronto! A nova peça (que a principio se chama "Pão e Circus") já tá criando forma na minha cabeça e agora é só reunir a galera e... ah pensando melhor a vida tá tão corrida, dês que inventei de montar uma loja de instrumentos musicais o relógio passou a me sacanear ainda mais..." Resolvi então primeiro terminar de gravar os CD's do Circus e do Celso Blues Boy e ano que vem já em janeiro eu agito um elenco pra 2010, ano em que curiosamente o Circus faz 10 anos. Mas o que eu queria escrever mesmo é que hoje depois de muito tempo sem fuçar coisas na net resolvi entrar no PalcoMP3 do Paulinho Dias e li a descrição das influências dele e fiquei muito feliz, afinal não é todo dia em que você se encontra em uma lista junto com Jesus Cristo, Raul Seixas e Khalil Gibran. Mas saber que ajudei a compor a pessoa mais talentosa que já conheci me deixou realmente vaidoso.

Paulinho grande abraço.

(Cleiton Profeta, 30/09/2009)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

No Reino da Música

Cada país, estado, cidade ou até mesmo cada bar é um reino próprio dentro da música, com corte, plebe, bastardos, soberanos, e tudo mais o que couber em um bom conto de fadas. Aqui por exemplo, temos o Rei Roberto com seu traje real azul, seu castelo branco e seus coletores de impostos (plim plim). A rainha é a Xuxa, tá certo que musicalmente não acrescentou muito, mas serviu para mostrar para as crianças e adolescentes para o que serve uma rainha. O conselheiro desse reino é o Caetano Veloso, nem sempre acerta, mas sempre opina. Temos até latifundiários! Esses normalmente trabalham em duplas e criam gado, ocupam um espaço na mídia que daria para sustentar os movimentos da Bossa Nova, Jovem Guarda e Tropicália juntos e sobraria ainda um espaço mais justo pro Clube da Esquina.
Todo reino que se preze tem sua política pão e circo, e nesse uma das mais populares é o rodeio, é um espetáculo muito simples: um palhaço sobe em cima de um pobre animal com seus testículos amarrados, (os testículos amarrados são os do pobre animal), e este tenta ficar o maior tempo possível em cima do bicho que se debate, e milhões de pessoas aplaudem e gastam fortunas em torno disso. Normalmente os latifundiários fazem shows paralelos para arrecadarem mais fundos para comprarem mais fazendas, aviões, helicópteros etc.
Bobo pra essa corte é o que não falta, tem pra tudo quando é gosto, existe até um programa que passa no domingo a tarde apresentado por um bobo bem grande e que tem como atração principal trazer o bobo do momento, o que torna esse reino bem mais interessante e democrático, pois invés do bobo divertir o Rei ele diverte toda a plebe.
O clero tem seu poder paralelo, e não é na missa! Depois que Deus revelou que ver TV, tocar escalas pentatônicas e acordes distorcidos não é pecado, o clero estabeleceu seu próprio reino paralelo na música. E aumenta que isso é rock’n roll!!!
Há também importantíssimos rituais e claro vários deles são de acasalamento, nesses podemos citar as baladas, bares e boates, todos em busca da cópula perfeita. Mas dentro de todos nem um ritual tem sido mais eficiente para o acasalamento da espécie que o baile funk, eu não sei exatamente como começou nem porque leva esse nome, mas lembro que depois que a rainha colocou no seu antigo programa matinal a coisa virou mania nacional!
Como em todo reino para se manter no Olimpo é preciso saber rebolar. Nessa corte em questão você pode saber rebolar ou nascer na Bahia, se for os dois melhor ainda! E pra quem já esteve lá e hoje não faz mais parte dessa corte, ou mesmo pra quem quer entrar pela primeira vez: só mesmo tocando um pagodinho... ou se convertendo e entrando para o clero.

(Cleiton Profeta - 25-09-2009)

sábado, 19 de setembro de 2009

Já não basta?

Violência urbana, fome, miséria, desemprego e o analfabetismo funcional,
a seca, as enchentes, os furacões, os terremotos, e o cinema nacional,
a bossa-nova, o Lula, a volta dos Mutantes e a dancinha do Jô,
o mesmo tocando trompete e o mesmo tocando bongô.

Os especiais sobre tubarões no Discovery e a Simone com seu "Então é Natal",
o exagero copulatório gerando o demasiado crescimento demográfico mundial,
pagode universitário, o novo show patrocinado do Caetano, música nova do Belo,
o programa do Fernando Vanucci, a Fernanda Takai, o Fernando Collor de Mello.

As novelas da Record, o Trasformers 2, Zezé di Camargo, Fafá e Gal
a Joelma, forró universitário e a Vanusa cantando o hino nacional,
as novelas da Globo, o programa da Fernanda Young e o da Fernanda Lima,
o Seu Jorge, os discos do Tom Zé e os CD's da Ana Carolina.

Sertanejo universitário, as novelas que eu não vi e abortos ilegais,
os novos juros da poupança acima de 50 mil reais,
a Marília Pera declamando Roberto Carlos, a Sandy, o Junior, e a Familia Lima,
os Tribalistas, o MST, o Sarney, o Saia Justa, e o BBB.

Gente sem dente, gente doente, fã da Elis Regina,
motel sem espelho, perna sem joelho, mulher sem vagina,
o Gugu, o Faustão, criacionismo nas escolas, novelas do SBT,
gripe do frango, gripe do porco, demais programas de TV.

Um ninho de mafagafa, cerveja pilsen, Lei Rouanet,
o Sting fantasiado de índio, a Hortência na Playboy e a Simony,
a Igreja Católica Apostólica Romana o Edir Macedo e o Vander Lee,
o Wágner Montes, o governo do Rio (from hell) de Janeiro e as novelas que eu vi.

A AIDS na Africa e a AIDS no mundo, o desuso da camisinha,
o ataque ás Torres Gêmeas e a favela da Rocinha,
a Liga das Mulheres, o time do JEC, Casseta e Planeta Urgente,
o novo disco patrocinado da Vanessa da Mata, "Galvão filma a gente"!

A falta do que fazer em Joinville, carros 1.0, trintão fã de Heavy Metal,
o disco acústico do Detonautas, vinho tinto suave, qualquer fã débil mental,
eleições pra prefeito, eleições pra presidente, eleições em geral,
nutricionismo, engarrafamento, o atual cenário musical...

E ainda querem a volta do Legião Urbana???


(Cleiton Profeta - 18-09-2009)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Músicas para baixar



Olá como prometido segue dois links com músicas nossas para quem quiser baixar, algumas pessoas não tem conseguido fazer o download pelo site do Palco MP3, mas acebei de testar e está funcionando!!! OPutras tem pedido link (s) do (s) album (s) completos, como só temos um (rs) inventei de última hora outro para dar razão aos esses dos pedidos; o primeiro é "Cantos - Trilha do Musical" que foi gravado de forma mais que amadora em outubro de 2001 e conta a trilha completa do nosso primerio musical. O segundo eu apelidei de Palco MP3 e conta com as versões de músicas de várias peças como "Fogo de Chão", "O Destino" (Ao Tempo - 2005), "Sobre o Tempo", "Valda da Lua, E Agora?" (Veja Você Mesmo - 2007), o cover de "Paço do Rosário" do Oswaldo Montenegro, essa é uma música muito especial para o Circus, ela fez parte da trilha do musical "Lendas da Ilha" também do Oswaldo onde eu, o Paulinho Dias e o Fábio Cabelo trabalhamos em meados do ano 2000, essa fase foi como o embrião do Circus Musicalis. E por ultimo coloquei como bônus duas demos: "Vago Pensamento" que também foi trilha do "Ao Tempo" e a ainda inédita "Ônix Verde" feita pelo Paulinho na semana em que nos conhecemos na famosa Festilha de São Francisco do Sul, teve um temporal ele conheceu uma menina e o resto está na letra... espero que gostem.

Grande Abraço

Cleiton Profeta.



terça-feira, 30 de junho de 2009

Michael Jackson

Há muito tempo eu não escuto a mesma música que todo mundo está ouvindo.

Há muito tempo não me comovo por uma notícia que comove a todos, e já faz tempo que não converso com as pessoas um assunto geral, seja eleição, ultimo capitulo da novela, gripe do porco... eu não assisti as duas ou três ultimas finais da Copa do Mundo...

porém um assunto geral vem fazendo parte de mim nos últimos dias:

Michael Joseph Jackson, o menino-prodígio nascido em Gary, no estado de Indiana, ou simplesmente Jacko, o excêntrico milionário falido de Los Angeles? Desde a infância Michael Jackson se desdobrava no palco e na vida entre vários papéis. Esse foi seu encanto e sua desgraça.

Foi um gênio e um revolucionário da música pop e de seu tempo como excepcional e talentoso cantor, compositor e bailarino seja por meio de suas coreografias erotizadas, em performances no palco em que não hesitava em acariciar seus genitais, na desinibição total de movimentos que pareciam confirmar a convicção de Jackson de que, sim, o ser humano pode voar, Jacko era a personalidade liberta e acima de julgamentos. Um artista total.
Como pessoa, Jackson fracassou. Envolvido em excentricidades e dívidas, escondendo-se em guarda-chuvas durante dias atrás de máscaras cirúrgicas, ele parecia alguém com medo de se mostrar. Um anti-artista.
Ainda é difícil distinguir Jackson ou Jacko - talvez eles sejam mesmo inseparáveis, algo como o gênio e o monstro. No esforço de resolver essa charada. Enfim, Michael Jackson era uma pessoa incapaz de encarar a realidade e o cotidiano da vida normal.

Curiosamente retratei esses dois "personagens" em duas de minhas peças. No "Veja Você Mesmo" citei "Jackson" descrevendo a simplicidade de Deus em criar Adão um "quase camponês" e questionando o porquê dele não ter criado logo um Pop Star como Michael (com direito a coreografia de Thriller e tudo) e em 2003 o "Jacko" no musical "Alegoria do Sonho" quando o Bufão que aparece nos sonhos da menina diz para ela dormir sem medo, pois: "Bicho papão não existe, fantasma existe, mas não pega e o Michael Jackson não vem para o Brasil" da segunda confesso sinto certo remorso...

Vai o homem fica a obra.








quarta-feira, 24 de junho de 2009

Que tal acabarmos de vez com essa tal de Rouanet?

Pois é, lá vou mais uma vez falar sobre grana publica mal utilizada: (veja aqui a anterior) desta vez envolvendo ninguém menos que o "sábio guru" Caetano Veloso:

"O Ministério da Cultura voltou atrás e autorizou os produtores do músico baiano Caetano Veloso a usar os benefícios fiscais da Lei Rouanet para bancar os shows de divulgação de seu último CD, o "Zii e Zie". A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (22), assinada pelo secretário-executivo adjunto do ministério, Gustavo Carneiro Vidigal Cavalcanti.

A decisão encerra, a favor dos produtores de Caetano, uma polêmica que já dura um mês. No dia 21 de maio passado, a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que analisa os projetos aspirantes ao benefício da Lei Rouanet, decidiu que o "Tour Caetano Veloso", no valor de
R$ 2 milhões, não precisava de incentivo por ser comercialmente viável.

A decisão da CNIC foi revelada pela Folha, assim como a pressão da ex-mulher e empresária de Caetano, Paula Lavigne, para que o ministro da Cultura, Juca Ferreira, revisse a decisão e
autorizasse o uso de dinheiro público, via renúncia fiscal das empresas patrocinadoras, para divulgar o show.

Em entrevista à Folha no último dia 12, Ferreira sinalizou que a decisão seria reformada, mas negou que Paula Lavigne o tivesse pressionado. "Ela não fez nenhum sauê, apenas ligou para mim e perguntou qual critério tinha sido utilizado para Caetano, que ela não percebia que tinha sido usado para outras pessoas."

Na ocasião, Juca disse à Folha que
a Lei Rouanet não tem nenhum critério estabelecendo que os artistas bem-sucedidos não podem ter seus projetos aprovados. "No ano passado, quando eu intervim para aprovar o show da Maria Bethânia [a CNIC também tinha negado acesso da cantora à Rouanet], já tínhamos aprovado projetos da Ivete Sangalo, artista mais bem-sucedida comercialmente em todos os tempos. Não podemos sair discricionariamente decidindo, sem critérios."

A CNIC é um órgão colegiado que pertence ao Ministério da Cultura.
O ministro pode, a seu critério, rever as decisões da comissão. O ministério informou, no entanto, que a decisão publicada ontem no "Diário Oficial" não foi do ministro, mas uma revisão da própria CNIC, à luz do compromisso dos produtores de Caetano de baratear os ingressos."

Pois é... já disse aqui mas vou repetir: Sabem, antes até que era legal, você decidia ser artista e montava uma banda, pintava um quadro, inventava uma peça ou até mesmo ficava pelas praças com os vagabundos filosofando e se funcionasse você e a sua banda ou trupe até poderiam ganhar algum dinheiro, conhecer umas meninas, ir na TV... essas coisas de artistas, mas se você não tivesse a mesma sorte que gente como a Vanessa da Mata e o Caetano Veloso teve você podia mandar um projeto para uma lei de incentivo fiscal e ficar mamando nas tetas do contribuinte, pois como diz uma amigo meu: "já que tão dando..."

Mas isso é apenas a ponta do icebergue...

O que rola é uma falta de ética generalizada, quase todos estes grupos de rock brasileiro, através de suas gravadoras e produtores, entre eles Titãs, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Biquini Cavadão, Pyti, Jota Quest, etc e etc e etc, provenientes dos anos 80 e 90 adentrando os 2000, utilizam da mesma estratégia, por exemplo, no Ceará Music onde a grana aportada é imensa, ainda cobram ingressos caríssimos, tudo isto é lucro extra e só quem se apresenta são grupos de rock pop indicado por gravadoras.

Quando convidam artistas locais as condições são ínfimas e os jogam num tal de palco alternativo chamado de Nativos (bem que poderiam escancarar e chamar de Senzala), nos quintais do evento onde ninguém vai ver ou prestigiar.

E também as produções e gravadoras de Maria Betânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Cláudio Leite, Roberto Carlos, Chiclete com Banana, entre outros artistas, realizam as mesmas estratégias, tem em média 2 milhões para seus projetos e os ingressos em seus shows variam de 70 a 200 paus, sendo que Roberto Carlos ainda tem os cruzeiros marítimos que custam fortunas e as bandas de axé music vão comendo da mesma forma e ainda cobram por seus abadás, uma espécie de fantasias ingressos por preço astronômico para participar das folias???

Ora, se isto tudo é feito com o dinheiro de impostos do povo, porque não oferecer as possibilidades para que o povo assista estes shows e eventos, que não são de graça, na verdade são ingressos que o povo já pagou, sem nem saber, e porque não têm acesso ??? !!!

E depois vem outros menos avisados a perguntar porque uns artistas somem da "mass mídia" e não gravam discos novos, e não estão em evidência, no cotidiano, não entender tudo isto é cegueira total, poderiam pelo menos ter um olho em terra de cegos.

Grande parte das chamadas duplas sertanejas, possuem fazendas, milhares de cabeças de gado, frigoríficos, restaurantes, e grande esquema de exportação de carnes para o exterior, etc, por si só ou pelos seus "sócios" que utilizam da isenção fiscal de impostos, que deveria ser para o bem de todos de forma coletiva, mas no entanto via "laranjas" que esta lei rouanet permite (não é a toa que foi criada no governo Collor), volta a servir para refinanciar os shows e vira essa coisa maluca o dinheiro volta multiplicado para os mesmos utilizadores com nosso suado imposto que pagamos desde da hora que acordamos à hora que vamos dormir, e até nas horas de sono.

E os projetos artísticos de financiamento de outras grandes empresas brasileiras e bancos e etc, com raríssimas excessões e isenções, também não ficam atrás deste descalabro.


O que está errado é a formatação geral desta lei que deixa ao cargo das empresas investidoras de nossos impostos, a escolha de qual projeto vão aplicar com aquilo que é nosso.

E se a tal Lei é de INCENTIVO A CULTURA fica a pergunta: alguém sabe se essa lei aprova ou já aprovou projetos de cantores ou artistas que além de não serem famosos , não tiveram dinheiro algum ? E que no final deu certo? Eu pelo menos até hoje não vi um caso sequer... mas posso citar centenas de casos de gente que vendeu casa, carro e apostou tudo em sua carreira e obteve retorno.

Pois é.

(Cleiton Profeta - 24/06/2009)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Como destruímos a esperança (fazendo música)


Se a música está morrendo, são os músicos que a estão matando. São os compositores que a decompõem. Somos tão responsáveis quanto qualquer pessoa – embora não gostemos de admitir. Nós condenamos a “Indústria”, por essa situação – mas somos nós que a fazemos. Abrimos a caixa que nos deram, nos jogamos dentro, fizemos o embrulho e até mesmo pagamos o frete.




"Como Destruímos a Esperança"


Por quê? Por insegurança – necessidade de ser aceito – e até mesmo para ganhar dinheiro. Não pensamos mais sobre a nossa música, somente como ela deve ser. Há quem prefira as benesses de um crítico ao beijo da própria mulher.

Essa atitude dá uma sensação de poder e importância. Parece definir o valor das coisas. Talvez se aja assim porque não se saiba como proceder. Você vê que está próximo – mas gela de medo igual a um animal que vai ser atropelado. Não ria – eu já fiz isso e provavelmente vou fazer de novo. E isso indubitavelmente afeta a nossa música (mas por acaso aprendemos algo com isso?).

Todos nós sabemos que nos portamos como bebês necessitando de carinho o tempo todo. Podemos perceber isso nos valores morais da nossa sociedade, quando ocupamos cargos como os de chefes e cafetões. Sabemos que mesmo os mais persistentes têm dificuldades para manter a concentração. São milhões e milhões de imagens - e distrações – dizendo a mesma coisa ao mesmo tempo: NÃO PENSE. Se sua fantasia e desejo te proporcionam miragens, veja como é fácil esquecê-las quando há muito mais a observar. Nossas criações morrem tão rápido como surgem. Vocês compreendem que estamos matando a nossa esperança?

Parece que a paixão que nos move vem acompanhada de um desejo irreversível de destruí-la. É rápido como um reflexo – uma resposta condicionada. Será um problema sexual? Puritanismo? As descobertas musicais mais intensas possuem um ingrediente sexual, mas o que parecemos sentir é apenas frigidez. É tão fácil para um artista “socializar” seus desejos quando o mundo te diz que é certo vender gato por lebre. Tenha vergonha na cara! Qual é a merda do problema? Se você não escapar dessa prisão, mais cedo ou mais tarde você vai morrer. Tenha culhões. Sue. Observe. Compreenda o outro. Troque. Tente aprender algo enquanto estiver fazendo isso. O sentimento de excitação cresce e se intensifica quando você acredita que isso pode ser feito por muitas outras pessoas. Pense sobre isso.

Se vem do teu interior – é automaticamente válido – é apenas uma questão de ser ou não ser útil. Porque se não está havendo interação vai ter vida curta como uma trepada rápida. O trabalho de muitos compositores é construir um som maciço, mas esquecemos de deixar uma janela ou porta aberta em caso de fuga. Como conseguimos viver dentro de salas tão apertadas? Temos que nos alimentar de nossa criatividade ou morreremos de fome. Chegando a esse ponto só ouvimos o que queremos ouvir. Nos resignamos como escravos de nossa própria gulodice.

Mas se quisermos aprender, temos que ensinar. Será que nos escutarão? Pois eles precisam de você, como você precisa deles. Você pode salvá-los de serem engolidos por esse mundo – como você pode ser salvo por eles. Novos e antigos jogadores devem recorrer uns aos outros. Deve se estabelecer uma relação confiável de falar merda – e aprender a vestir as máscaras do outro. Se esse tipo de relação se desenvolve, coisas incríveis acontecem. Uma música poderosa e pessoal pode nascer. Música ainda lida com contradições e impossibilidades. Mas é isso que define nosso grau de comprometimento.

(Mike Patton)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Divagações de um neo-hippie


Ele não é real. Ao menos não tecnicamente. Mas vive nos palcos e seus questionamentos e pensamentos são garantia de reflexão. Enquanto fala, é praticamente impossível não revermos nossa postura diante a vida.

Da Redação


Para chegarmos até ele precisamos ir ao teatro. Mas não por ser um ator, mas sim um personagem. Conhecido como “hippie industrial”, talvez nem saiba que nasceu de uma frase mal entendida. Cleiton Profeta, autor da peça Veja Você Mesmo da Cia. Circus Musicalis foi o 'pai' dessa figura com traços de filosofo. “A idéia de nome surgiu por acaso, quando eu escutei errada a letra de uma música que diz assim: 'de um rico industrial' e entendi, ouvindo o vinil sem encarte, que o autor cantava 'presente de um hippie industrial'” conta Profeta entre risos. Na época, Cleiton morava em Florianópolis e trabalhava “vendendo badulaques e tocando música para os casais na Praça XV”, como ele mesmo descreve. Assim surgiu a reflexão de que estes exemplares industriais poderiam ser os filhos dos hippies numa geração capitalista. “Artesões vendendo plástico, entende?” exemplifica o também diretor da peça.
O hippie não tem nome. Segundo seu criador, nomeá-lo o tornaria muito comum. “Acredito mais na descrição”, comenta Profeta. Através das próprias palavras do personagem podemos ver seu ceticismo: “Não é por que eu nunca vi um japonês negro que não exista um”. A postura assumida por ele chega a passar uma certa indiferença. “Eu não aposto um centavo que exista Deus, mas também não apostaria que não exista”, conta o hippie.
É da sua natureza uma certa inquietação, comum na maioria dos filósofos. Um de seus assuntos alvos de seu ceticismo são as religiões. "Eu não entendo como pode, em pleno século XXI o mundo ser regido por guerras e religiões se é tudo tão simples..." comenta a personalidade. É provável que esse lado neo-hippie emprega no personagem uma certa paixão, e esta é cativante para o público. Seus ideais são liberais, anti-conservadores. Ele discorda plenamente de todas as religiões. Para ele, não significa que nenhuma delas seja "a verdade". Porém isso seria afirmar que as outras centenas de crenças diferentes estariam equivocadas.
Até aí não é tão complicado compreender a acompanhar o raciocínio. mas então surge a pergunta: Porque um hippie industrial? Ele mesmo responde:"Isso é a antítese essência, é como um cara que da socos em busca da paz. O próprio movimento hippie teve esse caráter dúbio, pois o que era na verdade certa covardia de não querer ir pra guerra, virava uma solução para a paz. E além disso, essa foi a última vez na história da humanidade onde realmente se esperou mudar o mundo." define.
Para quem espera uma atitude revolucionária da parte desta figura, pode se decepcionar. Ele acredita que cada um deve levar a vida do jeito que achar melhor, desde que não interfira na liberdade do próximo e não agrida o meio que o cerca. E a morte? Ele também não se preocupa com isso. Mas não por ignorar: simplesmente por estar tranquilo com ele mesmo. O hippie tem uma certeza se ele está vivo é para aproveitar a vida como ela é. Preocupações com o que vem depois do último dia vivo? "Eu não vejo o menor problema em se depois da morte for simplesmente o fim. ou se houver um julgamento justo, serei "aprovado, pois fui uma pessoas justa em vida" defende ele. Porém caso o ser superior seja "malvado" para lhe castigar, ele se considera pronto. Mas dentro do seu ceticismo ele não apostaria nisso. Para ele, usando a lógica, essa seria a opção mais improvável.
Por fim, podemos dizer que o hippie industrial representa aquela parte inquieta de cada um de nós. O senso questionador, mas ao mesmo tempo igualador define: apesar de sermos diferentes, somos iguais. Mas são poucos os que expõem tais perguntas mesmo para si. Talvez se deva a isso o fato do hippie ser, ainda, apenas um personagem.

(Redação Revista Nossa Santa Catarina - Fevereiro de 2009)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lei de incentivo mais uma vez

Acabei de ler no Orkut (sim uso Orkut como jornal) que o Ministério da Cultura liberou ano passado a captação de R$ 900 mil, por meio de leis de isenção fiscal, para a gravação do DVD da Vanessa da Mata.
A lei autoriza quem investir no DVD (ou em produções culturais) a deduzir os gastos posteriormente no Imposto de Renda. Assim, os R$ 900 mil que seriam destinados ao erário vão para a produção do DVD que acabou de sair.

1 - Serão distribuídos gratuitamente 3.500 exemplares dos 25 mil que serão produzidos mas não foi informado quantos desses exemplares "gratuitos" serão destinados a divulgação em rádios, TVs, sites ...

2 - Para baratear (?) os custos a gravação - que iria ocorrer em Tiradentes (MG) - foi feita, ao ar livre, em Paraty (RJ).

3 - A proposta inicial da produtora carioca Conteúdo Digital Filmes, responsável pelo DVD, solicitava um valor de quase R$ 1,5 milhão (exatamente R$ 1.478.445,68) para o projeto dos quais foi aprovado R$ 900 mil pela Lei do Audiovisual.

Não é a primeira vez que leio esse tipo de noticia, lembro do show do Gil no japão e se ainda não estou louco lembro também de algo parecido com a Ivetona.

Sabem, antes até que era legal, você decidia ser artista e montava uma banda, pintava um quadro, inventava uma peça ou até mesmo ficava pelas praças com os vagabundos filosofando e se funcionasse você e a sua banda ou trupe até poderiam ganhar algum dinheiro, conhecer umas meninas, ir na TV... essas coisas de artistas, mas se você não tivesse a mesma sorte que gente como a Vanessa da Mata teve você podia mandar um projeto para uma lei de incentivo fiscal e ficar mamando nas tetas do contribuinte, pois como diz uma amigo meu: "já que tão dando..."

Mas parece que a coisa esta cada vez mais descarada!!!

Ontem me perguntaram se eu era contra leis de incentivo que possibilitam espetáculos como o Cirque du Soleil por exemplo, e a minha resposta é clara: sim sou contra! E ainda mais se o ingresso mais barato custar R$ 200,00. Mas sou totalmente a favor do investimento na cultura. O que não fica bem claro é o que é investir em cultura? Será que bancar um projeto de uma artista nacional seria investir em cultura? Será?

Quem quer gravar um cd ou um dvd, que faça bastante show, poupe bastante dinheiro e só depois lance o trabalho, mas com o próprio dinheiro. Se eu quiser abrir uma padaria, ninguém me dará uma esmola de 900 mil para a empreitada, portanto não acho justo que a Vanessa da Mamata receba por isso.

Até o DVD da Xuxa , lançado ano passado pela Som Livre , teve recursos da Secretaria de Cultura do RJ. É mole???

Clarisse Grova disse, em recente entrevista à Rádio Câmara, que trabalha um bocado (propaganda, aulas de canto, etc), junta dinheiro e vai para o estúdio. Depois volta à luta, poupa de novo e continua gravando. É assim que pretende lançar 3 CD's ainda este ano.

Numa entrevista de outra cantora no Radar Cultura, a moça conta que vendeu o carro para terminar seu disco.

Enquanto isso, outro amigo meu (virtual) se queixa de ser pelo quarto ano consecutivo voluntário em uma escola PÚBLICA do bairro, para reparar telhado e vidraças danificadas por um temporal. Dinheiro para isso não tem...

Tá certo vou parar por aqui.

(Cleiton Profeta 21/04/2009)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Discografias


Quando o CD apareceu um amigo escreveu que a música estava perdendo qualidade, pois antes um artista filtrava uma obra em 45 minutos e para encher um CD seria preciso 70 minutos, agora com 300 músicas em MP3 em um único CD a música foi parar de vez no segundo plano e é claro que eu sinto saudades de quando juntava dinheiro por quase três meses para comprar um disco, chegava com ele em casa escutava por dezenas de vezes atento a cada detalhe da capa, cada informação no encarte, quem tocou qual instrumento, onde... ligava para os amigos... é isso mesmo... um simples disco novo era motivo para uma reunião de amigos para claro: escutarem o disco. “Coloca a terceira do lado B”... mas as coisas sempre se transformam... sempre. Hoje fiquei sabendo que a comunidade "Discografias" (a comunidade de maior utilidade do Orkut) encerrou suas atividades devido à pressão da APCM. É sabido de todos que não há outro caminho além da democratização total da arte, não sou a favor disso e nem contra simplesmente é um caminho sem volta. Já aconteceu! Não adianta não há mais o que a indústria possa fazer contra. É pura perca de tempo. Todo mundo sabe que nunca os artistas lucraram muito com venda de discos e CD's, mas os sucesso destes lhes rendem boas temporadas de shows; ou seja quanto mais ouvida a música mais público em seus shows, maior a procura e consequentemente mais alto o cachê. Acho que o caminho que as gravadoras escolheram de jabá e imposição esteja chegando ao fim, os "Majores" estão com seus dias de glória no passado, hoje vivendo do resto com coletâneas, acústicos e DVD's. Lojas de CD vem se transformando em lojas de instrumentos musicais, lojas de produtos eletrônicos, padarias, isso quando não fecham as portas. Quem compõe uma canção quer que ela seja ouvida, cantada, sentida. Quem fabrica um CD quer que ele seja comprado, são interesses diferentes e cada vez menos esses dois vem caminhando juntos, bata ter um computador para entrar na internet e ver quanta gente boa, vem disponibilizando sua obra na net e falar sobre isso é como chover no molhado... Muitas vezes pessoas nos escrevem pedindo nossas músicas, sempre dávamos o link da "Discografias", mas hoje deixaremos ainda mais fácil aqui mesmo, na nossa comunidade. Disponível para quem quiser nos ouvir...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Alegoria do Sonho

E todos dizem o oposto! Eu não, eu digo que no mundo dos sonhos tudo é impossível! Sonhos somente sonhos são. Desejos, vontades, fantasias tudo em forma de sonho...
...e se um dia um sonho se torna real ele deixa de ser um sonho! Mas todos dizem o oposto!


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O nunca é uma coisa que nunca acaba!
O nunca é como o infinito, não existe!
O infinito é como o tempo, existe!
O tempo é como Deus, dita as regras!
Deus é como o tempo, dita as regras!
O homem é como o tempo, passa!
O homem é como Deus, o tempo...

(Cleiton Profeta - 2008)