sexta-feira, 25 de setembro de 2009

No Reino da Música

Cada país, estado, cidade ou até mesmo cada bar é um reino próprio dentro da música, com corte, plebe, bastardos, soberanos, e tudo mais o que couber em um bom conto de fadas. Aqui por exemplo, temos o Rei Roberto com seu traje real azul, seu castelo branco e seus coletores de impostos (plim plim). A rainha é a Xuxa, tá certo que musicalmente não acrescentou muito, mas serviu para mostrar para as crianças e adolescentes para o que serve uma rainha. O conselheiro desse reino é o Caetano Veloso, nem sempre acerta, mas sempre opina. Temos até latifundiários! Esses normalmente trabalham em duplas e criam gado, ocupam um espaço na mídia que daria para sustentar os movimentos da Bossa Nova, Jovem Guarda e Tropicália juntos e sobraria ainda um espaço mais justo pro Clube da Esquina.
Todo reino que se preze tem sua política pão e circo, e nesse uma das mais populares é o rodeio, é um espetáculo muito simples: um palhaço sobe em cima de um pobre animal com seus testículos amarrados, (os testículos amarrados são os do pobre animal), e este tenta ficar o maior tempo possível em cima do bicho que se debate, e milhões de pessoas aplaudem e gastam fortunas em torno disso. Normalmente os latifundiários fazem shows paralelos para arrecadarem mais fundos para comprarem mais fazendas, aviões, helicópteros etc.
Bobo pra essa corte é o que não falta, tem pra tudo quando é gosto, existe até um programa que passa no domingo a tarde apresentado por um bobo bem grande e que tem como atração principal trazer o bobo do momento, o que torna esse reino bem mais interessante e democrático, pois invés do bobo divertir o Rei ele diverte toda a plebe.
O clero tem seu poder paralelo, e não é na missa! Depois que Deus revelou que ver TV, tocar escalas pentatônicas e acordes distorcidos não é pecado, o clero estabeleceu seu próprio reino paralelo na música. E aumenta que isso é rock’n roll!!!
Há também importantíssimos rituais e claro vários deles são de acasalamento, nesses podemos citar as baladas, bares e boates, todos em busca da cópula perfeita. Mas dentro de todos nem um ritual tem sido mais eficiente para o acasalamento da espécie que o baile funk, eu não sei exatamente como começou nem porque leva esse nome, mas lembro que depois que a rainha colocou no seu antigo programa matinal a coisa virou mania nacional!
Como em todo reino para se manter no Olimpo é preciso saber rebolar. Nessa corte em questão você pode saber rebolar ou nascer na Bahia, se for os dois melhor ainda! E pra quem já esteve lá e hoje não faz mais parte dessa corte, ou mesmo pra quem quer entrar pela primeira vez: só mesmo tocando um pagodinho... ou se convertendo e entrando para o clero.

(Cleiton Profeta - 25-09-2009)

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