sábado, 28 de maio de 2011

Costura de CANÇÕES

Grupo Circus Musicalis retoma hoje, no Teatro do Sesc, espetáculo musical em comemoração aos dez anos do projeto

Quem já teve a oportunidade de assistir pelo menos um dos cinco espetáculos que consolidaram o grupo Circus Musicalis em Joinville, pela primeira vez, verá a banda à frente do palco. Dez anos de Circus Musicalis não é somente para marcar o ano comemorativo como para destacar o que o grupo tem de melhor: as composições.

Sem deixar a mescla de artes de lado, os músicos garantem a inserção do teatro com textos na voz do ator Muriel Szym costurando canções, e vários elementos alheios aos instrumentos, que remetem aos trabalhos passados, muitos deles revisitados em outras ocasiões. Sombras, latas e vídeos convergem “em torno da música”, termo que, em latim, ajuda a definir a proposta do grupo.

As músicas que marcaram os espetáculos “Cantos” (2001), “Cordas em Tempo” (2002), “Alegoria do Sonho” (2003), “Ao Tempo” (2005) e “Veja Você Mesmo” (2008) são relembradas, e novas composições pincelam o trabalho que está por vir. Está enganado quem acha que os quase três anos sem levar ao público os musicais abalou o futuro de Circus Musicalis. “Pão e Circus” será a próxima estreia do grupo, e o segundo CD deve vir à reboque.

Sem incentivo público, tudo é feito na camaradagem, segundo Cleiton Profeta, arquiteto de toda a miscelânea que Circus Musicalis promove no palco. “Sempre usamos o que temos à mão, o que é mais barato, trazendo pessoas que estejam a fim de participar”, diz. Foi assim com Muriel, que hoje tem papel de destaque no espetáculo. “Ele recém tinha chegado de Curitiba e nós o chamamos para participar com o que ele sabia, que era pintar. Depois foi experimentando outras coisas e se descobrindo como ator”, conta Cleiton.

Este é o maior período em que Circus ficou sem grandes apresentações. Mas a abstinência não foi total. Eles continuaram a tocar juntos, porém levando projetos paralelos adiante. O que os mantém, segundo Cleiton, é o gosto em comum pelo rock clássico e lado B da música brasileira. “O que a gente quer agora é viajar mais, chegar a outros lugares”, almeja o músico.

Cleiton forma o grupo com Fábio Cabelo, Rafael Vieira, Marcelo Rizzatti e Vagner Magalhães e não se intimida em dizer que seu trabalho não leva rótulos cults. “Porque a arte não precisa ser chata para ser boa”, argumenta.

Quem quiser conferir e comemorar os dez anos dessa mistura tem quatro oportunidades. Até segunda-feira, haverá apresentações diárias às 20 horas no Teatro do Sesc de Joinville. É preciso chegar uma hora antes para garantir os ingressos, que serão vendidos ao preço simbólico de R$ 1.

RAFAELA MAZZARO

(Jornal A Notícia - 27/05/2011)

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