terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cia. Circus Musicalis apresenta a nova montagem de "Veja você Mesmo" em Joinville


A peça "Veja Você Mesmo", da Cia. Circus Musicalis, não é uma peça. E nem o Circus Musicalis é uma companhia de teatro. A provocação presente desde a própria concepção do grupo é o mote do espetáculo cênico-musical deste final de semana no Teatro Juarez Machado, em Joinville. Durante uma hora e meia, o público será convidado a uma viagem por cores, luzes e sons. É abstrato, mas não incompreensível. Desde 2001, a Circus injeta inovação no cenário teatral joinvilense. Quem viu "Cantus", "Cordas em Tempos", "Alegoria do Sonho" e "Ao Tempo" sabe bem o significado dessa dita "inovação" feita pelo diretor Cleiton Profeta e sua trupe. Arte, música, teatro, dança e artes plásticas confluem numa linguagem multimídia e lotada de referências e pensamentos sobre a natureza humana. Aos filósofos de plantão, vale a ressalva: essa análise antropológica é emoldurada por bom humor e dramaticidade. "Veja Você Mesmo", a sexta montagem da Circus Musicalis, estreou em outubro do ano passado numa sessão única. Para o público que já acompanhou a trajetória do hippie Muriel e suas divagações sobre o mundo, a coreógrafa Naiana Hess avisa das mudanças. — Está bastante alterada. Nós mudamos umas partes que consideramos um pouco monótonas e tornamos tudo mais dinâmico — avalia. O elenco, agora de 20 pessoas, dobrou e a banda que acompanha o espetáculo tem mais músicas e arranjos. Muriel, o hippie, expressa no palco seu modo de ver o mundo. Mas outros seis bilhões de pessoas, habitantes do mundo, também têm sua visão. "Veja Você Mesmo" quer transpor essa infinidade de pensamentos sobre "quem somos, quem fomos, quem seríamos" com psicodelia e uma trilha sonora recheada de rock e blues. Sete telões de projeção auxiliam elenco, acrobatas, bailarinos e banda.— O contexto do espetáculo é a criação da humanidade, tirar sarro de algumas coisas banais do dia-a-dia — diz a coreógrafa. Nem o primeiro homem, Adão, é poupado. No final, quando até mesmo espelhos entram no cenário, o público saberá como essa viagem pelos pensamentos de Muriel fala indiretamente sobre a individualidade de cada pessoa, como o próprio título explicita.


(Edson Burg - A Notícia 27/09/2008)

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