sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre a fé

  Eu sempre achei a ideia de ser ter fé à coisa mais inútil para se fazer em qualquer situação. Imagina o avião caindo e eu tendo fé de que tudo vai dar certo, poxa como pode dar tudo certo? O avião ta caindo já deu tudo errado! Orar pra deus num momento dessa é ainda mais cretino, pois se ele estivesse preocupado ele não faria o avião cair, alias, ele é onipresente e onipotente, não é? Então ele pode tudo e está em todos os lugares! Então ele já estava lá antes do avião cair e poderia ter feito ele não cair, ou melhor, poderia não ter feito ele cair! Acho que só pode haver uma razão para isso: deus derruba aviões para ver se os passageiros rezam quando estão em perigo para então ele mandar o Superman (como no filme) salvar a todos! Tornando ainda maior o sarcasmo divino. Citei o Superman, já que sempre que algo divino acontece é por meio de terceiros...  Voltando a fé, a própria palavra se explica de forma constrangedora: fé é o ato de se acreditar no que não pode ser provado. Putz! Pra que? Já é tão difícil se acreditar no que se pode ser provado, no que se explica racionalmente... eu por exemplo não acredito em nada que nutricionistas dizem... mas isso é outra história, voltando ao meu ceticismo sempre procurei uma resposta para o motivo do povo ter tanta fé e apostar tanto no que é o menos provável. E quando me refiro a fé não estou falando somente da fé cristã, mas sim toda forma de apostar no improvável; é simpatia pra reconquistar amor perdido, é Dr. Fritz reencarnando em centenas de charlatões ao mesmo tempo, é macumba pra ganhar jogo... poxa se fosse assim o campeonato baiano terminava empatado! Finalmente hoje acho que eu descobri minha ignorância a respeito do assunto e compreendi a fé sobre outro ângulo após ler em algum lugar sobre a tese que diz que no início da humanidade, quando os homens viviam em pequenos bandos patriarcais, alguns grupos acreditavam em divindade(s) e outros não. Veio a era glacial e os que não tinham fé, que não acreditavam num “deus”, sabiam que iam morrer de frio e fome. E morreram. Já os que tinham fé, também sabiam que iam morrer, mas acreditavam que alguma força maior iria interceder por eles e eles seriam salvos... Não perderam a esperança, não desanimaram e sobreviveram. Assim como as crianças que acreditavam nos pais eram mais aptas a sobreviverem que as céticas. "Não chegue perto da onça. Não vá na beira do precipício"... e crianças são assim até hoje, por isso é tão divertido contar histórias para elas, pois elas acreditam! 
  Então, geneticamente, puxando a teoria de Darwin, os "mais adaptados" sobreviveram. E carregamos essa característica genética (de acreditar mesmo sem saber, da fé) em nossos genes. Em resumo: existimos porque nossos antepassados tiveram "fé". 
  Claro que isso não significa que ela seja a cura para o câncer... 


(Cleiton Profeta - 11/10/2008)

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